Cidades

Vendas em alta com frio

Sindicato do Comércio Varejista está otimista com o inverno deste ano, principalmente para o setor de vestuário e cama. Por sua vez, bares e restaurantes perdem clientes, que preferem ficar em casa. Inmet prevê aumento na temperatura no fim de semana

postado em 10/07/2019 04:22
Ana Luzia comprou, ontem, casacos para ela e para os filhos

O frio do inverno sentido com mais intensidade nesta semana pelos brasilienses aquece a economia. O crescimento na venda de artigos para o frio foi de 4% entre o início de junho e a primeira semana de julho, se comparado ao mesmo período do ano passado. Mas o Sindicato do Comércio Varejista (Sindivarejista) espera um aumento de 8% em toda a estação.
Ontem, os termômetros registraram uma leve alta. A menor temperatura registrada foi de 12;C no Paranoá. A área central de Brasília chegou a 13,4;C. Para os próximos dias, as temperaturas mínimas devem ficar entre 8;C e 12;C, e a máxima pode chegar a 25;C. Os dados são do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

Apesar do momento de recessão, o inverno continua sendo uma das estações mais lucrativas para os lojistas. ;Os itens de frio tendem a ser mais caros do que os de verão, aumentando o faturamento dos lojistas que, por isso, investem bastante nesta época do ano. Esse friozinho além do esperado vem em boa hora. Eleva as vendas e mantém os empregos;, aponta o presidente do Sindivarejista, Edson de Castro.

Justamente por haver demanda, são poucos os produtos para o inverno em promoção na loja de artigos de casa gerenciada por Edsonere Nunes. ;A venda de cobertores e edredons aumenta em torno de 40%, em relação ao restante do ano. Como a procura é boa, a estratégia não é fazer liquidação, mas oferecer uma variedade boa de produtos, desde os mais em conta até os mais sofisticados;, conta o gerente.

Consumidores lotaram uma loja de departamentos do Conjunto Nacional, ontem. A maioria procurava roupas pesadas. Entre elas, a técnica em prótese dentária Ana Luiza da Silva, 32 anos, que sai de São Sebastião todos os dias às 5h para trabalhar. ;O sofrimento começa logo cedo. Estou aproveitando para comprar alguns agasalhos para mim e para os meus filhos, que também estão reclamando bastante desse frio.;

Debandada
Se o frio estimula a compra de cobertores, mantas, luvas, cachecóis, casacos e gorros, ele espanta a clientela nos bares e restaurantes. ;As pessoas optam por ficar mais em casa do que enfrentar as baixas temperaturas na rua. Além da questão do clima, julho é marcado pelas férias escolares, o que, historicamente, é um período em que a cidade dá uma esvaziada e que os pais preferem ficar em casa com os filhos, no convívio familiar;, explica o presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e de Similares, Jael Silva.

De acordo com o Inmet, apesar da tendência de as temperaturas continuarem baixas, o impacto da última frente fria que atingiu o Centro-Oeste diminui no decorrer da semana. ;Dificilmente teremos a interferência tão forte de uma massa de ar frio como a que ocorreu agora. Por isso, a probabilidade de termos geadas como as que Brasília já viveu em décadas anteriores diminui bastante;, afirma Francisco de Assis Diniz, chefe da previsão do tempo do Inmet.

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