Os chás de revelação se espalharam pelo país. As festas que servem para que os pais descubram qual é o sexo do bebê que eles esperam viraram febre e agora chegaram até o zoológico. Isso mesmo. O Zoo de Brasília decidiu fazer um evento do tipo neste sábado (12/7), quando o público poderá descobrir qual é o sexo do novo macaquinho do recinto.
Tutu, se for macho, ou Tuca, caso seja fêmea, é um bugio-ruivo (Alouatta guariba) que nasceu em maio, mas até recentemente os cuidadores do zoológico não sabiam seu sexo. Tudo por conta dos superprotetores pais: Riquinha e Chokito. "A mãe é incrivelmente protetora e, para deixarmos os pais confortáveis, evitamos fazer coisas invasivas que causem algum efeito negativo", explica Igor Morais, gerente de projetos educacionais e biólogo do Zoológico.
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A revelação para o público ocorrerá às 9h, no Micário. Para participar, basta pagar o ingresso regular do Zoológio, que custa R$ 10 a inteira e R$ 5 a meia entrada. Segundo Morais, mais do que matar a curiosidade, o chá é uma oportunidade de educar o público. "É uma prática comum com bebês humanos e muitos zoológicos dos Estados Unidos têm aderido. A ideia é chamar atenção para os programas de preservação, o bem-estar dos animais e educar o público", diz.
A atividade envolverá também o enriquecimento ambiental para os animais, que é a criação de um ambiente com desafios que se assemelham aos da natureza. "Isso quebra a rotina, e vai ser tudo temático. Junto a isso, vamos ter um estande com materiais do nosso museu. As pessoas poderão tirar dúvidas, interagir e perguntar sobre o trabalho feito aqui", ressalta o biólogo.
Espécie vulnerável
Tutu ou Tuca ; os nomes são uma homenagem a José Arthur, um dos cuidadores de Riquinha e Chokito ; é fruto do programa de reprodução em cativeiro da Fundação Jardim Zoológico de Brasília. A iniciativa é voltada para a preservação de espécies ameaçadas de extinção ou que correm algum risco. Desde 2015, o programa possibilitou o nascimento de 17 filhotes, de várias espécies.
O bugio-ruivo é classificado como vulnerável, de acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). "Nós detectamos quais as demandas de cada espécie e trabalhamos nisso. No caso do bugio, ela está quase ameaçada. Se a gente não fizer nada agora, ela pode entrar em extinção", explica Morais.
De acordo com o especialista, o grande problema é a destruição do hábitat e a caça ao animal, típico do sul da Amazônia. Além de Riquinha, Chokito e o filhote, o Zoo de Brasília abriga ainda duas fêmeas da espécie. Todos podem ser visitados. O casal chegou aqui em 2010, com 10 meses, a partir de um resgate feito no Acre pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Agora com quase 9 anos, os dois bugios tiveram o primeiro filhote, que pode viver em torno de 25 anos. Na espécie, cada gestação gera apenas um filhote, que precisa ficar aos cuidados da mãe por cerca de 20 meses.