Bruna Lima
postado em 13/07/2019 09:45
O Zoológico de Brasília abriu as portas para o público neste sábado (13/7) com um evento especial: o chá de revelação do filhote de Riquinha e Chokito, o casal de bugio-ruivo (Alouatta guariba) que há aproximadamente dois meses carrega nas costas o novo membro da família. Depois de muito suspense, o sexo foi revelado ao público: é um menino, que a partir de agora passa a ser chamado de Tutu.
O nome é uma homenagem a José Arthur, um dos cuidadores dos pais do macaquinho. Ele nasceu em maio, pouco tempo depois dos profissionais do Zoo descobrirem que Riquinha estava grávida. "A espécie não aparenta alteração física facilmente e já tem uma barriguinha natural da dieta, rica em folhas. Isso ajuda a disfarçar. Além disso, realizar um ultrassom naquele momento poderia gerar um efeito negativo ao animal", justifica Igor Morais, gerente de projetos educacionais e biólogo do Zoológico.
Depois que Tutu nasceu, os pais super protetores não deixaram ninguém se aproximar para descobrir o sexo do bebê. "A mãe é incrivelmente protetora e, para deixarmos os pais confortáveis, evitamos fazer procedimentos invasivos", diz Igor. Somente quando Tutu já estava conquistando um pouco mais a independência é que os profissionais conseguiram fazer os exames.
Mais do que matar a curiosidade do público, o chá revelação serviu como uma oportunidade para mostrar os trabalhos de preservação e cuidados com o bem-estar dos animais, explica Igor. "É uma maneira de educar os visitantes. Mostrar o trabalho do Zoológico em procurar estimular os comportamentos naturais, propondo desafios que a espécie é capaz de lidar e que garanta o bem-estar dela, da forma mais natural possível."
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A família de bugio-ruivo ficará no Micário do Zoo e pode ser visitada de terça-feira a domingo, além de feriados, das 8h30 às 17h. Os ingressos custam R$ 10 a inteira e R$ 5 a meia entrada. Crianças menores de 12 anos e idosos não pagam.
Espécie vulnerável
Tutu é fruto do programa de reprodução em cativeiro da Fundação Jardim Zoológico de Brasília. A iniciativa é voltada para a preservação de espécies ameaçadas de extinção ou que correm algum risco. Desde 2015, o programa possibilitou o nascimento de 17 filhotes, de várias espécies.
O bugio-ruivo é classificado como vulnerável, de acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). "Nós detectamos quais as demandas de cada espécie e trabalhamos nisso. No caso do bugio, ela está quase ameaçada. Se a gente não fizer nada agora, ela pode entrar em extinção", explica Igor.
O motivo da ameaça é a destruição do habitat e a caça ao animal, típico do sul da Amazônia. Além de Riquinha, Chokito e o filhote, o Zoo de Brasília abriga ainda duas fêmeas da espécie. Todos podem ser visitados. O casal chegou aqui em 2010, com 10 meses, a partir de um resgate feito no Acre pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Agora com quase 9 anos, os dois bugios tiveram o primeiro filhote, que pode viver em torno de 25 anos. Na espécie, cada gestação gera apenas um filhote, que precisa ficar aos cuidados da mãe por cerca de 20 meses.