postado em 14/07/2019 04:27
Dentro e fora das quadras, a vida do tenista brasiliense Pedro Dumont foi uma incansável batalha. O amor pela vida, pelo esporte e pelas pessoas foi o que deu forças para que o jovem lutasse até o último momento contra o câncer, que surgiu, pela primeira vez, em 2014. ;É um exemplo de dedicação em todos os aspectos. Sempre foi um vencedor.; As palavras, ditas com voz embargada, são de Santos Dumont, pai, primeiro técnico e maior incentivador de Pedro no esporte.
Ao longo dos últimos seis anos, o tenista, considerado a maior promessa brasiliense do esporte em 2008, se revezou entre tratamentos e treinos. Durante o período, foram descobertos três tumores, o último em abril do ano passado. Há menos de um mês, o câncer voltou e tomou conta do jovem que, desde então, estava internado no Hospital Brasília. Ele morreu na noite de sexta-feira, aos 25 anos. O espírito colaborativo e o olhar ao próximo não foram postos de lado nem em meio à luta pela própria vida. ;Quero alertar a todos o quanto é importante ajudar ao próximo;, declarou na última entrevista ao Correio, em novembro de 2018.
Pedro representou a capital em sul-americanos e mundiais em diversas categorias, disputou torneios universitários nos Estados Unidos e ocupou o topo do ranking na categoria, conquistando o campeonato nacional de duplas. A Confederação Brasileira de Tênis lamentou a perda do atleta. ;Pedro Dumont nos deixou para entrar na história do tênis brasileiro como um atleta exemplar, dedicado e de técnica apurada. Foi vencedor dentro e fora das quadras;, homenageou a entidade. Nas redes sociais, dezenas de amigos, ex-professores e atletas lamentaram a morte do jovem.
Formado em marketing pela Universidade de West Florida, onde ganhou uma bolsa de estudos, Pedro chegou a ser convidado para ser técnico de tênis em Nova York, em janeiro de 2018. No entanto, após descobrir que o câncer havia voltado pela terceira vez, retornou a Brasília para o tratamento. Ele passou por um transplante de medula óssea autólogo. Uma intensa campanha de doação de sangue mobilizou vários voluntários, que se solidarizaram e foram ao Hemocentro São Lucas, em frente ao Hospital Brasília, fazer a colaboração.
Nos últimos meses, Pedro estava gerenciando a escola de tênis no clube Assefaz e dando aula a novos potenciais atletas. Em junho, pediu a namorada, Nicole Chabot, em casamento. Além da noiva, ele deixa uma irmã caçula e os pais. Ontem à tarde, familiares e amigos se despediram do jovem, que foi velado e enterrado no Cemitério Campo da Esperança.