postado em 14/07/2019 04:27
Morreu, ontem, o ex-ministro da Educação Paulo de Tarso Santos, aos 93 anos. Ele foi prefeito de Brasília, em 1961, nomeado pelo então presidente da República Jânio Quadros. Apesar de ser mineiro de Araxá, Paulo de Tarso fez carreira política em São Paulo. Pelo estado, foi deputado federal, além de ter sido vereador da capital paulista e conselheiro do Tribunal de Contas de SP. Ele estava internado no Hospital Sírio-Libanêsss, em São Paulo.
Como prefeito de Brasília, Paulo de Tarso ficou apenas nove meses, entre fevereiro e agosto de 1961. Apesar do tempo curto, assinou iniciativas importantes para a capital federal e para a estruturação do projeto de Juscelino Kubitschek. A criação da empresa de Transporte Coletivos de Brasília (TCB), a urbanização do Núcleo Bandeirante, a implantação da estrutura administrativa da prefeitura e urbanização da Asa Norte e a contratação de professores de todos os estados para atuar na capital são algumas das medidas tomadas por ele.
O acervo de Paulo de Tarso Santos atualmente está sob os cuidados do Arquivo Público do Distrito Federal. Ali, estão registrados todos os passos do político, em documentos, cartas, ofícios e notas. Entre os papéis, há recados enviados por JK a Paulo. Em um deles, o ex-presidente diz: ;Nós temos a mesma namorada;, em referência a Brasília, recém-inaugurada.
Uma passagem marcante do período em que Paulo de Tarso era prefeito de Brasília é a visita do líder e revolucionário cubano Ernesto Che Guevara. Ele foi condecorado por Jânio Quadros com a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul e coube a Paulo recebê-lo em casa e levá-lo para conhecer a nova capital. Durante o regime militar, ele viveu como exilado político no Chile, onde morou por seis anos. O político que era formado em direito deixa cinco filhos.