Cidades

Caesb investirá R$ 47 milhões em obras para reduzir vazamentos de água

A Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) investirá mais de R$ 47 milhões em obras para diminuir vazamentos e ligações clandestinas em três cidades do DF. Novo sistema on-line terá medidores para identificar falhas

Mariana Machado
postado em 25/07/2019 06:00

Início das obras de setorização da água em Taguatinga, onde 19,3km de redes beneficiarão 8.635 casas

A Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) calcula que cerca de 34% da água tratada no DF seja desperdiçada. Isso quer dizer que, a cada 100 litros, 34l se perdem por furtos, ligações clandestinas, erros de medição e vazamentos. Para minimizar o impacto e melhorar o serviço, a empresa deu início a obras de setorização da rede de água em Taguatinga. O investimento é de R$ 16,6 milhões, e a previsão é de um ano até a conclusão.


Serão criados Distritos de Medição e Controle (DMC) para monitorar e controlar individualmente o abastecimento. Uma série de equipamentos, como macromedidores e válvulas redutoras de pressão, permitirá que os fiscais identifiquem possíveis vazamentos por meio de um sistema on-line. Além disso, a Caesb substituirá a rede direta das residências, localizada na frente dos imóveis, na calçada ou na rua, onde se conectam os ramais que abastecem as casas.

No total, 8.635 casas de Taguatinga serão afetadas pelas alterações nas quadras QNH, QI, QNF, QNG 34/46, QND, QNE e QNG 1/33. A estatal pretende construir 19,3km de redes de distribuição para setorização e substituir outros 78,4km existentes. A comunidade será chamada para encontros nos quais a Caesb apresentará o projeto. Equipes com funcionários uniformizados farão visitas aos imóveis para coletar informações dos hidrômetros. Está prevista, ainda, a criação de um site para quem quiser acompanhar o andamento das obras.

Investimento

O objetivo é que, com o novo modelo implementado, haja redução da pressão nos encanamentos, evitando as falhas que geram o vazamento. Antônio Luís Harada, assessor da Diretoria de Engenharia da Caesb, explica que o material atualmente usado, o ferro, será substituído por sintéticos e pede que a população tenha paciência. ;Haverá alguns transtornos, como buracos na vizinhança, mas esse trabalho vai reverter no gasto de água. São consequências positivas;, explica.

Ceilândia e São Sebastião também passarão por essas intervenções, e o investimento nelas será de, respectivamente, R$ 21,7 milhões e R$ 9 milhões, somando um total de mais de R$ 47 milhões para as três cidades. Segundo Antônio, as cidades foram escolhidas porque apresentavam situação mais crítica de perda de água. ;Esse é um projeto-teste. Vamos ver como vai fluir e, aos poucos, outras regiões também receberão um trabalho mais direcionado;, detalha o assessor.

Além disso, espera-se que cortes de água se tornem mais pontuais. Caso haja necessidade de interrupção em determinado local, a suspensão do abastecimento não precisará ser geral. Para o comerciante Ari Gomes, 78, a novidade é bem-vinda. Ele trabalha há 25 anos em um bar de Taguatinga Norte e não tem caixa d;água. ;Se aqui faltar água de surpresa, eu preciso fechar, não tem salvação;, lamenta. Dono de um quiosque na QNG, Renato Alves, 30, lembra que, há quatro meses, um cano estourado deixou a rua alagada. ;Foi complicado, ninguém conseguia atravessar, porque aqui não tem para onde escorrer a água;, reclama.
Colaborou Caroline Cintra

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação