postado em 25/07/2019 04:06
A Polícia Civil investiga as causas do 15; caso de feminicídio registrado neste ano no Distrito Federal. Joyce Oliveira Azevedo, 21 anos, foi assassinada a tiros pelo namorado, Lucas Lisboa Dutra, 23, na noite de segunda-feira. O crime aconteceu em um matagal, na QSC 19, em Taguatinga Sul, perto de uma casa onde o agressor morava de favor. Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) levou a vítima ao Hospital Regional de Taguatinga (HRT), mas ela morreu logo após dar entrada na unidade de saúde.
Lucas fugiu depois do assassinato, mas agentes da 12; Delegacia de Polícia (Taguatinga Centro) o prenderam na terça-feira. Até a noite de ontem, a arma do crime, um revólver calibre .38, não havia sido encontrada. De acordo com Lucas, ela pertencia a traficantes. Em depoimento, ele confessou o crime, mas disse que ;o diabo; foi o responsável pelo disparo. ;É difícil estabelecer uma motivação a partir daí. Do pouco que falou, ele não explicou o que estava fazendo com a arma. Ainda vamos identificar e intimar testemunhas;, comentou o delegado Josué Ribeiro, à frente das investigações.
Joyce morava com a mãe, no Recanto das Emas. Antes, Lucas morava em Águas Lindas (GO). Há cerca de três meses, dividia uma quitinete com um casal de conhecidos, na QSC 19. Ele não tinha ficha criminal e estaria em um relacionamento com a vítima havia cerca de três meses. Para chegar ao autor, a polícia manteve as diligências por cerca de 24 horas. Após o crime, com ajuda do dono da casa, o suspeito teria se escondido em cima do telhado. Contudo, quando investigadores retornaram ao local, no dia seguinte, ele foi surpreendido dentro do imóvel.
O conhecido do autor foi autuado por favorecimento real. Já a mulher do amigo disse não saber que Lucas estava escondido no imóvel, mas confirmou ter ouvido dois disparos. Relatou, ainda, que o suspeito entrou na casa momentos depois do crime, dizendo ter atirado em ;uma menina;. ;Ele (Lucas) contou (em depoimento) que a namorada havia pedido para ele parar de mexer com a arma, quando a apontou em direção a ela (e atirou). A mulher do amigo o mandou ir embora, dizendo que não queria confusão, e todos saíram desesperados atrás dela (da vítima). Ela foi encontrada com vida, mas estava bem mal e não conseguiu falar;, detalhou Josué Ribeiro.
Sem socorro
Lucas costumava chamar um carro para que Joyce o visitasse em Taguatinga Sul, segundo a polícia. Antes do crime, o casal estava junto, sob uma árvore, onde costumavam ficar. Os disparos teriam ocorrido após um desentendimento. O delegado Josué Ribeiro afirmou que não houve relatos de pedidos de socorro dela. O suspeito alegou, em depoimento, que teria pedido socorro antes de se esconder, mas a polícia averiguou que um vizinho acionou o Samu.
O corpo de Joyce foi examinado no Instituto de Medicina Legal (IML) por volta das 12h de ontem. O laudo, no entanto, deve ser liberado até 2 de agosto. O suspeito permanece preso na carceragem da Polícia Civil e deve ser ouvido hoje por um juiz, em audiência de custódia. O inquérito policial tem previsão de ser concluído em um mês, a depender da decisão judicial. Lucas deve responder pelo crime de feminicídio, cuja pena varia entre 12 e 30 anos de prisão.
30 anos
Pena máxima
para o crime
de feminicídio