Cidades

MPDFT denuncia por homicídio PM que matou jovem em bar do Itapoã

O policial militar Carlos Eduardo Lopes Vidal é acusado de matar Ithallo Matias Gomes, de 20 anos, e depois acusar o jovem de ter tentado roubar sua arma

Sarah Peres
postado em 26/07/2019 22:09
Ithallo Matias Gomes, de 20 anos, não tinha qualquer envolvimento com a briga iniciada pelo sargento da Polícia MilitarO policial militar Carlos Eduardo Lopes Vidal foi denunciado pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), nesta sexta-feira (26/7), pelos crimes de homicídios consumado e tentado, além de falsa comunicação de crime. O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) ainda decidirá se o acusado passará por julgamento. O PM é suspeito de matar um homem em 28 de junho, em um bar da Quadra 47, do Itapoã.

Segundo investigações, Vidal seria o autor do tiro que tirou a vida de Ithallo Matias Gomes, de 20 anos. À época, o sargento afirmou que a vítima havia tentado roubar a arma dele, que, ao reagir, disparou contra o jovem. No entanto, uma testemunha, que mantinha um relacionamento extraconjugal com o policial, desmentiu essa versão.

A mulher relatou que tinha ido ao bar acompanhada de uma amiga e três rapazes (nehum deles era Ithallo), por volta das 23h30. Após alguns minutos, Vidal teria chegado ao estabelecimento com dois colegas e, ao se apresentar como PM, não passou por revista prévia. No local, o sargento teria visto a mulher dançando com um dos homens, conforme consta na denúncia do MPDFT.

O PM, então, teria discutido com a testemunha e, diante da intervenção de Ithallo, sacado a arma e a disparado. Mesmo após ferir Ithallo, o militar não teria prestado socorro. Vidal se juntou com os amigos e passou a agredir o homem que dançava com a mulher, ela contou. Em decorrência da gravidade das lesões, o sargento acabou respondendo pela tentativa de homicídio desta segunda vítima.

Depois dos crimes, o policial militar disse aos investigadores da 6; Delegacia de Polícia (Paranoá) que havia sofrido uma tentativa de assalto e, por isso, reagiu disparando nas proximidades do bar. De acordo com a denúncia, a versão foi contada para impedir a prisão em flagrante.

Cena adulterada

Quando investigadores da 6; DP chegaram ao bar, a cena do crime havia sido adulterada, o que chamou a atenção dos policiais civis. No dia do crime, a delegada-chefe Jane Klébia declarou: "O ambiente do crime fala muito sobre o que aconteceu. O fato de o dono ter desfeito a cena, ter limpado o sangue, vai dificultar o trabalho pericial, então ele também será ouvido para explicar essa situação, que não é comum;.

A apuração da delegacia apontou que Ithallo não tinha tentado roubar o militar. O jovem não tinha passagens pela polícia. Se o TJDFT acatar a denúncia, Carlos Eduardo será julgado pelo homicídio consumado de Ithallo na modalidade de dolo eventual e duplamente qualificado ; perigo comum e recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Quanto às agressões do segundo homem, o processo será por tentativa de homicídio duplamente qualificada, por motivo torpe e perigo comum.

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