Cidades

Vicente Pires terá ciclovias

Em meio às obras da rede de drenagem, região vive a expectativa de ter vias exclusivas para bicicletas. Projeto prevê início da construção pela Rua 10, com passagem por outras seis ruas e ligação com o Jóquei e a Estrutural

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 27/07/2019 04:07
Marrone Silva vai de bicicleta de casa ao trabalho, em Vicente Pires
Vicente Pires vai ganhar mais de 23 quilômetros de ciclovias até o fim do próximo ano. As obras têm previsão para começar na Rua 10, uma das mais movimentadas da cidade. Serão investidos R$ 1,5 milhão, verba proveniente de emendas parlamentares que estavam travadas desde o governo passado. Atendendo a uma demanda dos moradores, a administração da regional planeja, ainda, incluir ciclofaixas nas ruas 6, 8, 10, 12 e 3.

A ciclovia vai cortar sete ruas de Vicente Pires, além de passar pela marginal da Estrutural e fazer a ligação entre o Jóquei e a cidade. Serão 17,1 km de trajetos compartilhados com pedestres, cuja divisão é especificada por meio da pintura da calçada. Os outros mais de 5,9 km serão destinados só aos ciclistas e usuários de patins, patinete e skate. O início das obras em cada um dos pontos depende da conclusão da pavimentação e vai ocorrer junto à construção das calçadas. A previsão é de que, ainda este ano, os circuitos das Ruas 6, 8 e 10 estejam concluídos.

Para quem precisa da bicicleta para se locomover na região, a notícia foi recebida com uma mistura de entusiasmo e alívio. É o caso do armador de ferragens Marrone Silva, 51 anos, que, há mais de 10 anos usa, o meio de transporte de casa, em Taguatinga, até o serviço, em Vicente Pires. ;Todos os dias, arrisco a vida no meio do trânsito ou preciso pegar a calçada e ir desviando dos pedestres. Saber que haverá um espaço próprio pensado para nós é bem melhor;, ressalta.

Assim como Marrone, o pedreiro Dorisval Nogueira, 50, não vê a hora de os circuitos ficarem prontos. ;Hoje eu me sinto desprotegido. Chego a descer da bike e empurrá-la, porque não confio nos motoristas. Só espero que não demore anos e anos para ficar pronto, assim como têm sido as obras (de coleta de águas pluviais) na cidade, e que façam passagens seguras e de qualidade;, comenta.

Morador da Estrutural, Dorisval afirma ser necessário que os trajetos sejam interligados e bem iluminados. ;Eu venho pela ciclovia do Jóquei, mas entro aqui (em Vicente Pires) e ela acaba. No dia em que for possível chegar onde eu preciso sem ter de pedalar no meio do trânsito, vai ser muito mais tranquilo e prazeroso;, afirma.

Pesquisa
Inspirado no modelo adotado em Águas Claras, o servidor público Willian de Oliveira, 49, trouxe à administração regional a sugestão de construção de ciclofaixas. ;Levantei uma enquete nas redes sociais com os moradores da cidade e, até agora, 98,5% das pessoas aprovaram a ideia de ter ciclofaixas, além das ciclovias e das pistas para caminhada. É uma demanda de Vicente Pires e das grandes cidades;, afirma o morador da Rua 8.

A ideia foi considerada positiva e viável pelas autoridades da região, que trabalham na elaboração de um projeto que será apresentado ao Governo do Distrito Federal (GDF) para aprovação. O investimento deve partir de outra emenda parlamentar de R$ 1 milhão, disponível para aplicação em melhorias na cidade.

;Precisamos de condições reais para nos locomovermos com diferentes tipos de modais e, para isso, é necessário disponibilizar um sistema integrado. A população vai conseguir praticar atividades físicas com segurança e ter a possibilidade de abandonar o carro e escolher uma opção mais sustentável e saudável;, comemora Willian. Além dos circuitos, está prevista a instalação de 10 Pontos de Encontro Comunitário (PECs) ; espaços com equipamentos de ginástica voltados para idosos.

Antes das chuvas
A meta da Secretaria de Obras para 2019 é entregar as principais vias da cidade asfaltadas, antes do próximo período chuvoso. São elas: 3b, 3c, 4, 4a, 4b, 5, 6, 8 e 10. ;Isso representa aproximadamente 80% das obras;, especifica o subsecretário de Acompanhamento e Fiscalização, Sérgio Lemos.

Como se trata de uma rede interligada, para que os problemas como alagamentos e correntezas sejam resolvidos, foi necessário reconstruir a cidade por baixo. ;É uma engenharia ao contrário para solucionar transtornos gerados pelo crescimento de uma cidade não planejada. Estamos aproveitando a seca e concentrando os esforços na pavimentação. A conclusão da obra está prevista para 2020;, garante Lemos. Mais de R$ 462 milhões foram destinados para a construção da rede de drenagem, das lagoas de contenção, além da pavimentação e das obras de acessibilidade.




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