Cidades

Justiça reconhece DF como proprietário do terreno do Lixão da Estrutural

O depósito de lixo não recebe mais rejeitos produzidos pelos brasilienses desde janeiro de 2018. Hoje, apenas resíduos da construção civil são descartados no espaço

Walder Galvão
postado em 28/07/2019 11:56
O Lixão da Estrutural era o maior da América Latina e o segundo maior do mundo

A Justiça concedeu a área do Aterro do Jóquei, mais conhecido como Lixão da Estrutural, para o Distrito Federal. A decisão, da Vara do Meio Ambiente, Desenvolvimento Urbano e Fundiário, considera que o espaço é usado há mais de 15 anos pela administração pública sem qualquer reclamação. O depósito de lixo parou de receber rejeitos produzidos pelos brasilienses em 20 de janeiro de 2018 e passou a armazenar apenas resíduos da construção civil.

De acordo com o processo, o DF tomou posse do imóvel no início de 2000 e passou a usá-lo como parte do serviço público de limpeza urbana. O texto explica que o espaço foi adquirido pela empresa Gelfa em 1969, no entanto, a compradora não tomou posse do lugar e não pagou os encargos devidos.

Na ação, o DF ainda destaca que a área, que tem mais 1,9 mil metros quadrados, é usada como depósito de resíduos sólidos desde ;final dos anos 1990; e por isso requisitou ao Judiciário a declaração de propriedade do imóvel.

Na sentença, o magistrado frisou que o terreno está registrado em nome particular, mas considerou que o bem é suscetível a prescrição aquisitiva. Como o local é usado para prestação de serviço público, decidiu declarar o DF como proprietário do espaço.

Estrutura

O Lixão da Estrutural era o maior da América Latina e o segundo maior do mundo. O depósito de lixo chegou a acumular cerca de 40 milhões de toneladas de detritos. Esses resíduos formam uma pilha que chega a 55 metros de altura, maior do que a Catedral de Brasília, que tem 40 metros.

A região da Estrutural começou a ser usada como depósito de lixo desde a década de 1960. Apesar de ter fechado em 2018, o funcionamento do Lixão era considerado uma irregularidade pela Lei de Crimes Ambientais, de 1998, e pela Política Nacional do Meio Ambiente, de 1981.

Após o encerramento das atividades no lugar, os resíduos passaram a ser encaminhados para o Aterro Sanitário de Brasília, localizado em Samambaia. O espaço foi projetado para comportar 8,13 milhões de toneladas de lixo durante uma vida útil de cerca de 13 anos.

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