postado em 30/07/2019 20:04
O Hospital de Apoio de Brasília, no Setor Noroeste, foi palco de um casamento na segunda-feira (29/7). Após 21 anos de espera, Jair Rodrigues dos Santos oficializou seu amor por Euma Edite Barbosa. Tudo foi organizado em apenas cinco dias e, graças à ajuda de voluntários, servidores e familiares do casal, a cerimônia teve direito a aliança, bolo e buquê.
Jair é paciente com câncer terminal de orofaringe e nunca escondeu o desejo de se casar com Euma. ;Ele não fala, mas sempre deixou claro a todos os profissionais com quem tem contato que queria se casar com ela;, conta Wesley Coelho, médico residente que acompanha o paciente desde o início da internação, em 16 de julho.
;Depois que ele adoeceu, quando soube que seria transferido do Hospital de Base para o de Apoio, disse logo: ;agora eu caso!’ E eu pensei que não teria mais como fugir. Diante do que estamos vivendo hoje, eu digo: nunca deixe passar as oportunidades;, conta a noiva.
A ansiedade do casal era visível. Ela, de vestido novo, comprado pela mãe, segurava o buquê e tentava disfarçar a emoção de estar se casando aos 60 anos de idade. Jair não fala, em razão de uma traqueostomia, mas o nervosismo refletiu-se na noite mal dormida e na agonia em sair logo do leito e ir para o local da cerimônia ; o auditório do hospital, onde os convidados já os aguardavam.
Preparativos
Junto a outros voluntários do hospital, Izabel Tostes conseguiu as alianças de ouro, um buquê de flores, o pastor, bolo, doces e salgadinhos da festa, além de uma profissional de maquiagem para a noiva. ;Eu estava chegando de viagem e vim direto do aeroporto;, conta a maquiadora Fernanda Cravo, que já participou de outras ações na unidade hospitalar. ;Foi gratificante ver o semblante da dona Euma mudar depois de se olhar no espelho, maquiada.;
O projeto Casamentos no Apoio já tem uma rede de parceiros para colaborar com os eventos, cada vez mais constantes. ;A gente se renova a cada casamento;, destaca Izabel. ;Percebo que, mesmo na hora da tristeza, quando um está vendo o outro partir, há espaço para a alegria. E percebemos uma melhora nos pacientes depois do casamento: ficam mais felizes."
Com informações da Agência Brasília