Darcianne Diogo*
postado em 05/08/2019 16:03
O Distrito Federal receberá investimento do Ministério da Saúde de R$ 18 mil para credenciar um laboratório de prótese dentária. A capital e mais de 1 mil municípios contarão com o reforço de mais de 9 mil equipes e serviços de Atenção Primária. O anúncio foi feito pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, na abertura do XXXV Congresso Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). Segundo o órgão, o objetivo é ampliar e qualificar o atendimento prestado à comunidade com mais consultas, exames e medicamentos. O investimento será de R$ 233, 7 milhões.
No total, serão credenciados 1.430 novas equipes de saúde da família; 1.472 equipes de saúde bucal; 6.287 agentes comunitários de saúde; 565 laboratórios de próteses dentárias; 140 polos de academias da saúde; 50 Centros Especializados em Odontologia (CEO); 27 equipes de saúde prisional; 10 equipes de consultórios na rua; e 6 unidades odontológicas móveis. Os recursos começarão a ser repassados a partir do momento em que as novas equipes e serviços credenciados iniciarem o atendimento à população.
O DF já conta com um laboratório de prótese dentária e recebe, mensalmente, do Ministério da Saúde, R$ 15 mil. O aumento de R$ 3 mil começará a valer a partir de setembro, segundo informou o gerente de odontologia da Secretaria de Saúde, Maurício Basso. ;A busca pelo serviço de prótese é muito grande pelos brasilienses. O que pretendemos é subir de faixa para R$ 22 mil mensais;, explicou.
Alta procura
Por ano, o Distrito Federal gasta em média R$ 5 milhões em prótese dentária. Para quem busca esse tipo de serviço na rede pública, a porta de entrada são as unidades básicas de saúde (UBS), que fazem o encaminhamento do paciente de acordo com a necessidade. ;Nós temos um contrato administrativo com dois laboratórios de prótese. Eles são responsáveis por fazerem a moldagem dos usuários;, destacou Basso.
A professora de saúde coletiva da Universidade de Brasília (UnB) Carla Pintas explica que o recurso é de extrema importância, pois Brasília ainda sofre com a deficiência de atendimento. ;A falta de conhecimento da população a esse serviço ainda é grande. A pessoa começa o tratamento bucal e, quando chega na etapa da prótese, para. O governo tem a responsabilidade de investir mais na divulgação, a fim de facilitar o acesso;, enfatizou.
Atenção Primária
Fazer com que a população recorra a uma UBS antes de procurar o serviço de emergência do hospital é um dos objetivos do Ministério da Saúde. De acordo com Maurício Basso, quase 80% das necessidades podem ser resolvidas na Atenção Primária. ;A cultura da população é sempre procurar um hospital. Às vezes por conta do horário e também na busca de um atendimento mais rápido;, disse.
Para a professora Carla Pintas, o DF ainda está em fase de organização na rede pública de saúde. ;A população ainda precisa entender a dinâmica de atendimento. Para ter atendimento em uma UBS, por exemplo, tem alguns critérios: é preciso fazer um cadastro, não é em toda unidade que a pessoa pode ser atendida, pois tem a questão territorial. Tudo isso leva tempo para ser compreendido;, ressaltou.
Brasília conta com 172 UBS. Segundo a Secretaria de Saúde, todas estão em funcionamento. O atendimento varia de acordo com a quantidade de equipes de saúde que cada unidade tem. No total, são 595 equipes e cada uma atende, em média, 3.750 mil pacientes que residem na região de abrangência daquela unidade.
*Estagiária sob supervisão de