Rafaela Gonçalves*
postado em 05/08/2019 20:45
O Grupo Mulheres no Brasil completou dois anos de atuação no Distrito Federal com um debate sobre o combate à violência. Criado em 2013 por 40 mulheres de diversos segmentos com o objetivo de engajar a sociedade na busca de melhorias para o gênero, o movimento que reúne milhares de mulheres voluntárias em 50 núcleos de 12 países realiza capacitação para o atendimento a vítimas em delegacias, conscientização sobre violência doméstica e reabilitação de agressores.
A organização presidida pela empresária Luiza Helena Trajano tem mais de 25.500 participantes no Brasil e no exterior e quer ser o maior grupo político suprapartidário do país. A líder do núcleo Mulheres do Brasil no DF, Dra. Janete Vaz, considera o comitê o mais importante entre os treze da organização. ;Os outros temas são transversais à violência contra a mulher e é preciso trazer esse debate. É inaceitável e precisamos fazer com que todos tomem conhecimento e passe a ser um protagonista ajudando a eliminar ou pelo menos reduzir esse estado de violência;, diz.
O evento contou com a presença de promotores, juízes e psicólogos para debater o tema, além da vereadora goiana Cristina Lopes, vítima de violência doméstica. Em um crime que chocou o país, ela teve 85% do corpo queimado pelo ex-marido e hoje ajuda outras vítimas de queimaduras. O agressor foi julgado e condenado a 13 anos e dez meses de prisão, uma decisão histórica na época. A pena foi considerada um marco no combate à violência contra as mulheres, servindo como base da criação da Lei Maria da Penha. ;Precisamos seguir levantando o debate no Brasil por mais punições, porque o crime que não é punido é permitido.;, ressalta Cristina.
[SAIBAMAIS]Além do combate à violência, o grupo promove encontros com temas como comunicação, cultura, educação, empreendedorismo, igualdade racial, inserção de refugiados e imigrantes, políticas públicas, saúde e sociedade. Onde de forma voluntária, empresárias, diretoras de empresas multinacionais e funcionárias públicas reservam um tempo de suas atividades profissionais para transformar a vida de outras mulheres.
;É muito importante localmente para mudar a realidade de vítimas e ajudar no empandeiramento. Por meio desse trabalho de voluntárias para atingir mulheres daqui acabamos atingindo outros estados e assim vamos plantando a semente;, diz a advogada e líder do comitê de combate à violência, Andrea Costa.
* Estagiária sob supervisão de Humberto Rezende.