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Polícia busca suspeito de assassinar a tia

Maria Almeida Vale, 68 anos, foi morta na casa do cunhado, pai de Fábio do Vale, acusado do crime. Moradora de Montividiu, em Goiás, ela voltaria para casa ontem

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 09/08/2019 04:07
Peritos buscam pistas capazes de explicar o crime: suspeita de que o acusado tenha voltado a usar drogas


Maria Almeida Vale, 68 anos, chegou ao Distrito Federal na segunda-feira. Moradora de Montividiu (GO), município distante cerca de 500km do Plano Piloto, ela veio para a capital a fim de colocar em dia a documentação de um veículo. Hospedada na casa do cunhado, no Paranoá, a mulher foi encontrada morta na manhã de ontem, dia em que voltaria para casa. O principal suspeito, segundo a Polícia Civil, é o sobrinho dela, o ajudante de pedreiro Fábio do Vale, 39, que está foragido.

Agentes da 6; Delegacia de Polícia (Paranoá) tentam identificar a motivação do assassinato. Após o crime, o acusado fugiu com R$ 200 dela e ainda furtou R$ 600 da mãe. Ele saiu de casa em uma motocicleta Honda Titan 2002 azul. O assassinato ocorreu no início da manhã, enquanto a mãe, o pai e a irmã de Fábio estavam em casa, porém, nenhum deles escutou qualquer pedido de socorro, pois a vítima e o acusado dormiam em quartos no fundo do lote, fora da residência principal. Por volta das 9h, eles estranharam que Maria demorava para acordar e encontraram o corpo. Fábio havia deixado a residência e, pouco tempo depois, ligou para a mãe e disse que ;tinha feito uma besteira e acabado com a própria vida;.

Inicialmente, o crime foi registrado como feminicídio, no entanto, os investigadores adotaram outra linha de investigação. ;Não encontramos elementos suficientes para esse qualificador e descartamos essa hipótese. Agora, o caso é tratado como homicídio;, explicou a delegada-chefe da 6; Delegacia de Polícia (Paranoá), Jane Klébia. A principal suspeita é de que a vítima tenha morrido asfixiada.

O corpo de Maria foi encontrado em cima da cama, com um capacete de motocicleta e uma camiseta enrolada na cabeça. Segundo os agentes, esses objetos podem ter sido usados para asfixiá-la. Além disso, as roupas da vítima foram retiradas e substituídas por uma calça e uma jaqueta de Fábio. ;Ela estava muito machucada e teve parte do cabelo arrancado e jogado pelo quarto. Havia sangue nas paredes dos quartos e do banheiro. Pela crueldade daquela cena, não dá para dizer o que poderia ter motivado o crime;, afirmou Jane.



Apoio

Nascida no Ceará e mãe de dois filhos, Maria morava com o marido, de 73 anos, em uma fazenda no município goiano de Montividiu. O pai de Fábio é irmão do companheiro dela, e as visitas à casa do cunhado ocorriam várias vezes ao ano. ;Era uma pessoa tranquila, querida pela família e vizinhança. Gostava de passar o tempo aqui para se distrair. Todos estamos em choque e não conseguimos acreditar no que aconteceu;, contou um parente, que não quis se identificar.

Após o crime, os pais de Fábio, que são idosos, permaneceram em frente à própria casa. A todo momento, familiares chegavam para dar apoio, mas eles continuavam inexpressivos e conversavam pouco. ;Não tenho o que dizer. A minha esposa está passando mal, e a minha filha, muito abalada. Nessas situações, não se tem o que falar;, disse o pai do suspeito. No início da tarde, ele seguiu a Montividiu para contar ao marido de Maria, seu irmão, sobre a morte dela.

Segundo familiares, Maria e o marido compraram um terreno em Goiás para criar gado, há alguns anos. ;Um dos filhos dela morava no Paranoá. Por isso, ela vinha direto visitá-lo. Até mesmo o Fábio gostava muito da tia, não sei o que pode ter acontecido na cabeça dele;, lamentou outro familiar. O sepultamento da vítima ainda não foi marcado.

Dependência

Os investigadores da Polícia Civil suspeitam que a dependência química de Fábio possa ter sido um dos motivos para o crime. Familiares e amigos dele contaram que o vício começou na adolescência, aos 13 anos. ;Primeiro, veio o álcool e, em seguida, as drogas. Ele sempre deu trabalho para a família, porém, era querido por todos. Até agora, muitos se recusam a acreditar que ele cometeu esse crime;, contou um colega do suspeito.

Sem emprego fixo, Fábio fazia bicos como ajudante de pedreiro e morava em um quarto dos fundos da casa dos pais. Solteiro e sem filhos, ele é conhecido na região. ;A gente tinha conhecimento que ele estava sem usar nada há 3 anos. Porém, pode ter voltado a usar ou sofrido uma crise de abstinência;, contou um parente. O suspeito não tinha passagens pela polícia.


Os envolvidos

A vítima

Maria Almeida Vale
; Tinha 68 anos
; Nasceu em Boa Viagem (CE)
; Morava de Montividiu (GO)
; Deixou dois filhos e o marido

O suspeito


Fábio do Vale
; Tem 39 anos
; Nasceu no Distrito Federal
; Morava no Paranoá, na casa dos pais
; Trabalhava como ajudante de pedreiro

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