postado em 11/08/2019 04:06
Não sei;
se a vida é curta
ou longa demais para nós.
Mas sei que nada do que vivemos
tem sentido,
se não tocarmos o coração das pessoas.
(Trecho de Saber viver, Cora Coralina)
Cidade de Goiás ; Cora Coralina completaria 130 anos no próximo dia 20. A mulher que estudou apenas até a terceira série do curso primário criou versos preciosos. Tornou-se o maior nome da literatura goiana e uma das mais admiradas poetisas brasileiras, apesar do início tardio na carreira. Nascida no ano de 1889 e batizada Anna Lins dos Guimarães Peixoto, começou a publicar os seus trabalhos quando tinha 75 anos. As letras eram um passatempo, ganhava a vida como doceira.
Os delicados versos levaram Cora e sua cidade natal, Goiás Velho, para o mundo. Seus textos falam da vida simples na primeira capital do estado onde está o quadrilátero da nova capital do país. Obra extensa e ainda não completamente divulgada. A única filha viva da autora, que mora em São Paulo, guarda cadernos originais e inéditos da mãe. Alguns escritos a lápis. Tesouro tornado público de tempos em tempos, a conta-gotas. Mas outras relíquias da escritora estão à mostra na sua terra.
Mais conhecido como Goiás Velho, o município de 22 mil pessoas, a 320km de Brasília, conserva muito dos tempos de sua filha mais ilustre, que morreu em 10 de abril de 1985, aos 95 anos. A cidade descrita por Cora em seus poemas e contos pode ser contemplada e explorada em um passeio pelas ruelas de pedra ladeadas pelo casario dos séculos 18 e 19, onde mulheres bordam e fazem doces cristalizados. Ou nas praças, nas lojas, nos bares e à beira do Rio Vermelho.