postado em 12/08/2019 11:21
Sorrisos no rosto são vitórias para pacientes do Instituto de Saúde Mental (ISM), da Secretaria de Saúde, e essas conquistas ficaram ainda mais frequentes após o projeto Caco Terapêutico. O programa da Rede de Atenção Psicossocial do Distrito Federal promove oficinas de artesanato com pessoas em tratamento de transtorno mental, melhorando a qualidade de vida e se transformando em uma fonte de renda.
As aulas misturam tecidos, pastilhas de vidro e pedaços de cerâmica, que servem para que os pacientes façam produtos de tapeçaria, pintura, desenho e mosaico, por exemplo. Os produtos finais dos artesanatos são vendidos em feira e eventos na capital.
;O que mostramos aqui é que o lixo, como restos de tecido e pedaços de cerâmica, representam o transtorno mental. E quando estes materiais são transformados em arte, passam a ter mais valor, é o que acontece aqui com as pessoas;, explica a técnica de enfermagem e responsável pelo projeto, Cássia Maria.
A arte produzida pelos pacientes também é objeto de estudo dos enfermeiros, que percebem o uso das cores e formatos para identificar o estado de saúde psicológica dos alunos. ;Muitos chegam cabisbaixos. Preferem usar preto e branco ou fazem uma mistura exagerada de cores, mostrando esse desequilíbrio. Mas, em pouco tempo, já trabalham de forma mais organizada, com as cabeças levantadas e mais felizes;, exemplifica Cássia.
As oficinas começaram em 2006, mas há quatro anos o projeto ganhou nome e foi se aprofundando. Atualmente, cerca de 40 pacientes participam do Caco Terapêutico, que possui atividades todos os dias. Quando as artes são vendidas, parte do valor fica com os pacientes criadores dos trabalhos e uma parcela fica com o projeto, para compra materiais.