Mariana Machado
postado em 12/08/2019 13:00
"Eu, quando quero atendimento da minha família de forma mais rápida, levo para a rede privada, pago plano de saúde e faço isso dessa maneira." A declaração do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), foi dada na manhã desta segunda-feira (12/8), durante evento de reinauguração da Sala Amarela da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Sobradinho. A frase foi dita após Ibaneis ser questionado se pretendia apurar a situação vivida pela avó da primeira-dama da República Michelle Bolsonaro. Maria Aparecida Firmo Ferreira, 78 anos, passou três dias em uma maca no corredor do Hospital Regional de Ceilândia (HRC) até conseguir atendimento após uma fratura.
No sábado (10/8), ela foi transferida para o Instituto Hospital de Base (IHBB). "Na rede pública, todos são iguais e é por isso que se chama Sistema Único de Saúde (SUS). É para atender todo mundo com a qualidade que tem. Se a qualidade não é aquela que nós esperamos ainda, nós temos que trabalhar para melhorar", disse. "O fato de ela ser avó da primeira-dama não muda o procedimento de forma nenhuma. Ela estava sendo acompanhada, e, no momento em que houve a abertura de uma vaga, ela foi transferida e, lá, ela está sendo cuidada", ressaltou o governador (ouça abaixo).
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Ibaneis também criticou a situação do HRC e reforçou a promessa de um novo hospital para o ano que vem: "Nós já estamos entrando com obras emergenciais para melhorar o atendimento. É um hospital que se tornou muito antigo. Vamos entrar também com a construção de uma outra UPA lá para ajudar a tirar a pressão sobre o Hospital de Ceilândia."
Sala Amarela
A ala reinaugurada tem 10 leitos e estava fechada há um ano por falta de funcionários. Até agora, foram encaminhados à unidade 16 médicos, 26 enfermeiros, oito técnicos de enfermagem e quatro técnicos de laboratório. A Secretária de Saúde deve providenciar mais profissionais até o próximo mês.
Serão encaminhados para a sala pacientes com indicação para internação e que deverão ficar em observação por até 24 horas. O espaço tem pontos de oxigênio e carrinhos de emergência equipados para caso de pacientes em parada cardiorrespiratória. O governador comemorou a reabertura. "Eu não tenho dúvida de que essas obras pequenas melhoram a vida da população. Aqui temos uma população muito grande, durante muito tempo desassistida", avaliou.
O chefe do Buriti também ouviu críticas dos profissionais da saúde. "Na unidade de atendimento à família me pediram cercamento, nada mais do que justo. A segurança é algo que devemos prezar, e também nós temos um projeto de ampliação de toda a rede hospitalar do DF", afirma.