A deputada distrital Júlia Lucy (Novo), que enfrenta um grave problema de infecção urinária, não conseguiu atendimento médico após ir ao Hospital de Base e ao Hospital da Asa Norte (Hran) na noite da última segunda-feira (12/8). A parlamentar passou pelas unidades de saúde por volta das 21h, depois de passar mal. Por meio de nota, ela afirmou que é "muito triste ver e sentir na pele o quanto a população está desassistida pela rede pública".
"Enfrentei na pele, hoje (segunda-feira), o que passa alguém que precisa da rede de saúde pública. Acordei com febre forte e fiz questão de ser atendida em algum hospital público. Fui ao Hospital de Base e descobri que não estavam atendendo emergências", relatou Júlia Lucy.
A deputada afirmou que o Hospital de Base recomendou que ela seguisse para o Hran, onde também não conseguiu atendimento. Na nota, ela fez críticas à infraestrutura do local e à falta de profissionais. "Em péssimo estado, cheguei lá e me deparei com a seguinte situação: só havia um médico atendendendo a todos os pacientes! Esperei por duas horas e ainda não tinha previsão para ser atendida. Como minha situação estava se deteriorando muito rápido, as fortes dores que (eu) sentia tornaram impossível minha permanência. Sai de lá e fui para um hospital da rede particular", detalhou.
Ao Correio, a assessoria da parlamentar afirmou que ela segue internada, mas com quadro clínico regular, no Hospital Daher, no Lago Sul. A distrital deve receber alta amanhã. A assessoria informou ainda que os custos são pagos pela própria deputada, por meio de plano de saúde.
Secretaria de Saúde se pronuncia
Questionada sobre a situação, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal informou que a classificação de risco da paciente era "amarela", considerada "não tão urgente", e que a falta de médicos na ala se deu por causa dos médicos que estavam na Emergência do Hran.
"No período da manhã desse dia, o hospital (de Base) teve 37 pacientes classificados como laranja e 45 como amarelos. A ala de internação do pronto-socorro do Hran estava com 100 pacientes internados, em um local que tem 58 leitos. Uma equipe de quatro médicos avaliava os pacientes. Devido à superlotação, apenas um médico estava atendendo demanda externa, e ele ficou destinado aos casos mais graves (classificação vermelha e laranja), até que todos os pacientes internados fossem avaliados e prescritos pela equipe", afirma a nota.