Cidades

Cidade de Pedra tem formações que lembram pirâmides e palácios

O complexo fica em Pirenópolis e ocupa cerca de 500 hectares, o equivalente a aproximadamente 850 campos de futebol, duas vezes maior do que o Parque Nacional de Sete Cidades, no Piauí

Renato Alves
postado em 18/08/2019 07:00
O complexo fica em Pirenópolis e ocupa cerca de 500 hectares, o equivalente a aproximadamente 850 campos de futebol, duas vezes maior do que o Parque Nacional de Sete Cidades, no Piauí Nada de cachoeiras ou casario em estilo colonial. Turistas de toda parte do Brasil têm adentrado uma propriedade particular em Pirenópolis para explorar e admirar formações rochosas. Batizado como Cidade Perdida dos Pirineus e mais conhecido como Cidade de Pedra, é o maior sítio do gênero no Brasil.

O complexo ocupa cerca de 500 hectares, o equivalente a aproximadamente 850 campos de futebol, duas vezes maior do que o Parque Nacional de Sete Cidades, no Piauí. Em arenito, as formações são do mesmo material da reserva piauiense. O terreno goiano tem 880 milhões, de acordo com pesquisadores.

O Correio acompanhou um grupo de oito fotógrafos profissionais e amadores em uma incursão pela isolada Cidade de Pedra num fim de semana de lua nova. Como acampariam na propriedade no intuito de fazer fotos noturnas de um céu estrelado, dispensavam todo tipo de luz.
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Sem estrutura para receber turistas, a Cidade de Pedra só deve ser visitada na companhia de um guia experiente. As trilhas em meio às rochas altas formam um labirinto. Não há córregos nem qualquer outra fonte de água. Tampouco sombra, pois predomina a vegetação rasteira.
Por tudo isso, é necessário levar bastante água para beber, alimentos e estar vestido adequadamente. Itens que elevam o peso a carregar e o cansaço na caminhada. O passeio pode durar de quatro a sete horas, a depender do ponto de partida e daquele que se pretende atingir.

Há acessos por Pirenópolis e Cocalzinho. Para quem mora em Brasília, a segunda opção é melhor. O dono do terreno não proíbe a entrada de ninguém, mas o visitante, além de estar com um guia, precisa seguir algumas regras, como não fazer fogo, não deixar lixo nem tirar nada, além de fotos.
O complexo fica em Pirenópolis e ocupa cerca de 500 hectares, o equivalente a aproximadamente 850 campos de futebol, duas vezes maior do que o Parque Nacional de Sete Cidades, no Piauí
Além de disposição, um certo preparo físico e cuidados, quem visita a Cidade de Pedra precisa de sensibilidade. As formações rochosas lembram diversas figuras e construções, como templos, ruas, praças, estátuas e palácios. Vale destacar duas pirâmides paralelas, sendo uma com cerca de 150 metros de altura.

A goianiense Eliane de Castro, 57 anos, estava no grupo integrado pelo Correio. Fotógrafa documentarista, ela ficou impressionada com a imensidão da reserva. ;É um lugar que merece muitas visitas, para você assimilar, entender o tamanho e explorar o que tem de melhor;, destacou ela.

Autora de um livro sobre Goiás Velho, a primeira capital do estado, lançado ontem, ele pretende realizar outras visitas à Cidade de Pedra para confeccionar um livro sobre o lugar.

O complexo fica em Pirenópolis e ocupa cerca de 500 hectares, o equivalente a aproximadamente 850 campos de futebol, duas vezes maior do que o Parque Nacional de Sete Cidades, no Piauí

Registro é de 1871


Atrativo novo para muitos, a Cidade de Pedra foi descrita em 1871 pelo padre e médico naturalista François Henry Trigant des Genettes, que morou em Pirenópolis. Ele a chamou de Cidade Perdida dos Pirineus. ;Trata-se de uma área cobrindo uma grande extensão de terreno, com muralhas para fortificações, largas ruas e praças, ruínas bastante erodidas de estátuas, templos gigantescos, teatros, palácios, residências e túmulos;, escreveu ele em carta ao imperador Dom Pedro II.

Esquecida durante anos, a formação geológica foi redescoberta pelo historiador goiano Paulo Bertran (1948-2005). Ele resgatou os relatos de François Genettes na Biblioteca Nacional no Rio de Janeiro e, após 21 anos, em 2004, com lupas, em fotografias aéreas da região conseguiu, mesmo sem GPS, localizar a região que o naturalista francês descreveu há mais de 130 anos.

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