Cidades

Homens são filmados espancando travestis; polícia tenta identificá-los

Crime aconteceu em Taguatinga Sul. Violência foi tão grande que as vítimas ficaram desacordadas

Sarah Peres
postado em 21/08/2019 19:57

Vídeo que mostra o crime chegou à polícia por meio da internetA Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) tenta identificar dois homens que agrediram duas travestis em Taguatinga Sul. Os suspeitos atacaram as vítimas com pedaços de madeira e bateram nelas a ponto de deixá-las desacordadas. Em seguida, fugiram em um carro branco. Os agentes não sabem o dia em que o crime ocorreu. Uma filmagem que mostra a violência chegou, nesta quarta-feira (21/8), pelas redes sociais, até a polícia, que passou a investigar o caso.

Segundo a delegada Ângela Maria dos Santos, chefe da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual ou Contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin), as vítimas não prestaram queixa, mas a unidade apura o caso mesmo assim. "Apesar de não termos ninguém identificados, nós estamos empenhados em elucidar o caso", afirma.

Na filmagem, é possível ver os homens e as travestis discutindo. Em determinado momento, os dois vão até um canteiro da pista, onde pegam as estacas e voltam correndo. Um deles acerta o primeiro golpe em uma das travestis. Os dois então gritam "vem, vem". A travesti agredita então joga uma pedra no veículo, que está parado no meio da rua.

Depois disso, o segundo homem agarra a a outra travesti e desfere inúmeras pauladas. Em meio às agressões, ele ainda a arrasta pelos cabelos até um canteiro e só para de espancá-la quando ela desmaia. Em seguida, ele se junta ao parceiro, que já agride a outra vítima. Ela tenta fugir correndo, mas é alcançada. A violência prossegue também com chutes e pisões. Depois, os homens fogem no automóvel.

Delegada quer ouvir as vítimas

A delegada Ângela Maria afirma que espera contar com o depoimento das vítimas. "Pedimos para que elas e possíveis testemunhas nos procurem, pois se trata de um crime grave. Nós damos a certeza da discrição e não vamos divulgar qualquer informação sobre essas pessoas", garante.

"Precisamos do depoimento das vítimas para saber o que ocorreu. Se é um caso de transfobia ou não. O quanto antes elas vierem, melhor será o resultado do exame de corpo de delito do Instituto de Medicina Legal, importante para indiciar os autores", completa.


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