Cidades

Segue debate sobre militarização

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 22/08/2019 04:08
Diretores do Sinpro se reuniram ontem com o secretário de Trabalho e Educação, João Pedro Ferraz (C)

Terminou sem consenso a primeira reunião entre o secretário de Trabalho e Educação, João Pedro Ferraz, e o Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro) sobre a implementação da gestão compartilhada com a Polícia Militar nas duas escolas que rejeitaram o modelo ; o Centro de Ensino Fundamental 407 de Samambaia e o Centro Educacional Gisno, na Asa Norte. Antes confirmado no encontro, o governador Ibaneis Rocha (MDB) não compareceu.

Recém-nomeado na Educação, João Pedro explicou que precisa se inteirar sobre o assunto para conduzir as negociações ; ele assumiu a pasta, oficialmente, ontem, após a demissão de Rafael Parente, que criticou a postura do chefe do Palácio do Buriti. A ideia dele é conversar com a comunidade escolar das duas instituições de ensino antes de discutir com o GDF e a entidade uma proposta capaz de resolver o conflito. ;Eu preciso, primeiro, conversar com Ibaneis para saber qual será a determinação dele em relação a isso;, explicou. ;O governador pode dizer: ;Sim. Converse com as escolas e me traga sua impressão e opinião;. Mas, se ele disser que não vai conversar e que quer a administração compartilhada, vamos tratar de fazer isso.;

No encontro de cerca de uma hora, a Comissão de Negociação do Sinpro garantiu que não aceitará a militarização desses dois colégios. ;O governo não pode aceitar apenas os resultados favoráveis a ele;, argumentou o diretor Samuel Fernandes. Ele alegou que, ;ontem (terça-feira) mesmo, havia PMs no CEF 407, desrespeitando literalmente o resultado das eleições;. ;A PM precisa ser retirada imediatamente para resolvermos esse impasse. O governo acaba tensionando mais agindo dessa forma, impondo, de forma ditatorial. O caminho é diálogo e aceitar o resultado;, criticou.

Judicialização
Nas escolas que rejeitaram a proposta, as votações foram apertadas. No CEF 407 de Samambaia, 77,55% dos profissionais negaram o modelo. Entre pais e estudantes, 60,32% disseram ;sim; à militarização. O placar final registrou 58,49% dos votos válidos contra a mudança. No Gisno, 67% dos professores, assistentes e temporários, e 54,7% dos alunos e responsáveis posicionaram-se pela rejeição da gestão compartilhada. No agregado, 57,66% barraram o projeto.

Caso o governo não recue acerca da implementação, a entidade não descarta judicializar o processo. ;Nosso jurídico está trabalhando para ver a melhor forma de resolver esse impasse, caso vá para a esfera judicial. Esperamos que o governo respeite o processo democrático;, assegurou.

Em contra-argumentação, o secretário voltou a defender a legitimidade do governador para impor o programa e afirmou não existir uma crise na pasta devido ao impasse, que resultou a demissão do primeiro titular da gestão, Rafael Parente. ;Isso é um ponto dentro de um pequeno programa da Secretaria de Educação;, frisou.




Facada em escola de Ceilândia
Um aluno de 14 anos foi esfaqueado, ontem, no perímetro do Centro Educacional 7 de Ceilândia (CED 7), escola militarizada desde fevereiro. O jovem havia saído do colégio e estava a caminho de casa. O agressor, de 15, o atingiu com um canivete na barriga. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) socorreu a vítima e a encaminhou ao Hospital Regional de Ceilândia (HRC). O adolescente suspeito foi conduzido para a Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA II).




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