Cidades

Sete mulheres já procuraram a polícia para denunciar abusos de Marinésio

A Polícia Civil já ouviu formalmente quatro mulheres, e outras três fizeram contato telefônico. Acusações vêm de mulheres de todas as faixas etárias, da adolescência à terceira idade

Isa Stacciarini
postado em 27/08/2019 17:40

A Polícia Civil já ouviu formalmente quatro mulheres, e outras três fizeram contato telefônico. Acusações vêm de mulheres de todas as faixas etárias, da adolescência à terceira idadeApós a divulgação das mortes de Letícia Curado, 26 anos, e Genir Pereira de Sousa, 47, sete mulheres entraram em contato com a Polícia Civil do Distrito Federal para relatar casos de abuso sexual e sequestro que teriam sido cometidos pelo assassino confesso, Marinésio dos Santos Olinto, 41 anos.

[SAIBAMAIS]"O que nós temos de concreto são os dois homicídios, quatro vítimas que já nos procuraram oficialmente e outras três que ligaram e vamos marcar o depoimento delas", informa a delegada-chefe da 6; Delegacia de Polícia (Paranoá), Jane Klebia. "As mulheres estão sendo orientadas a ir até as delegacias registrar ocorrência. Elas têm contado a mesma narrativa, mas não tive tempo de ouvi-las para saber da coerência dos fatos", explica.


Além das mortes que confessou, Marinésio já foi acusado formalmente por outras quatro mulheres: duas irmãs, que contaram ter sido atacadas no último sábado, um dia após a morte de Letícia; uma jovem de 23 anos, assediada em 11 de agosto; e uma adolescente, vítima de estupro em abril passado. As quatro denunciantes e as outras três que ainda serão ouvidas são moradoras do Paranoá, do Gama e de Vicente Pires.

Reabertura de casos

Jane Klebia acrescenta que o acusado adquiriu a caminhonete usada na maioria dos crimes há cinco anos. A polícia investiga, portanto, se ele começou os ataques há mais tempo. Não está descartada a reabertura de casos passados.

"Os casos que tiverem essa semelhança de transporte irregular, que a vítima foi abordada, nunca chegou ao destino ou se desesperou e conseguiu escapar, nós vamos apurar e buscar algum elemento que tenha relação com esse autor. Mas não dá para dizer que há com certeza essa vinculação", explica a delegada.

Segundo a policial, os casos com essas características semelhantes podem ser retomados. "O autor disse que tem essa Blazer há cinco anos. É um carro muito característico e que nós vamos começar a buscar situações semelhantes com o perfil dele", disse a investigadora.

Oportunidade e fragilidade

As histórias colhidas até agora indicam que o suspeito não parecia atacar mulheres de um só perfil. Uma das três vítimas que ainda serão ouvidas é uma idosa, segundo a delegada. E a vítima mais nova é uma adolescente de 17 anos. "Ele agia conforme a oportunidade e a fragilidade das vítimas. Existia um comportamento dele usar a desculpa de um transporte pirata, mas não havia um padrão de vítimas", aponta.

Ela ainda comentou que o comportamento de Marinésio se aproximou mais ao de um maníaco sexual. "Há um desvio de comportamento em relação à sexualidade, mas que deve ser estudado por psicólogos e estudiosos da área", avalia. "Em algum momento do processo isso deve acontecer, mas quem vai decidir é a Justiça."

Galeria mostra os desdobramentos do caso Letícia:

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