postado em 29/08/2019 04:06
Um grupo de 50 mulheres protestou ontem à noite contra os crimes atribuídos a Marinésio dos Santos Olinto. O ato ocupou as escadarias da Rodoviária do Plano Piloto que dão acesso à plataforma inferior. As ativistas também circularam a pé por todo o terminal rodoviário. Com um megafone e cartazes, elas entoavam o grito de ;nenhuma a menos;.
O grupo também discursou a favor da liberdade e da segurança das mulheres. ;Queremos ter o direito de voltar para casa depois das 22h. Sair para trabalhar antes das 6h. E queremos voltar vivas. O problema não é o transporte pirata, e sim a falta de transporte digno;, reivindicou a produtora cultural e militante Natalia Stanzioni, 33 anos.
Estreante em manifestações públicas, a administradora Daniela de Freitas, 26, levou uma placa com o nome de Letícia Curado e Genir Pereira de Sousa, vítimas de Marinésio. ;Vim porque estou indignada pelas vidas ceifadas, pelo futuro da Letícia, que, agora, não existe mais;, lamentou. As duas estudaram juntas no colégio e compartilhavam dos mesmos anseios por uma vida mais justa e melhor. ;Poderia ter sido eu ou qualquer uma de nós que, todos os dias, percorremos os nossos caminhos sempre ameaçadas. Sei que não há justiça que pague uma vida, mas ela precisa ser feita;, destacou.
Os discursos carregados de emoção e indignação tinham como foco pedidos por mais políticas públicas e ações governamentais no combate à violência doméstica e à desigualdade de gênero. O protesto, organizado pela Marcha Nacional das Mulheres, contou com a presença dos deputados distritais Fábio Felix (PSol) e Arlete Sampaio (PT).
Em 10 de setembro, haverá uma audiência pública na Câmara Legislativa. O debate reunirá entidades e órgãos responsáveis pela elaboração de políticas públicas a favor das mulheres para discutir o tema e elaborar projetos de combate à violência de gênero.
Domingo
No próximo domingo, está marcado outro protesto, realizado em memória de Letícia e Genir. A manifestação começará às 9h, em frente à Feira Regional de Planaltina. Em uma página no Facebook, mais de 400 pessoas demonstram interesse em participar do ato. ;Nós somos mulheres moradoras de Planaltina e estamos devastadas com o caso Letícia, cujo assassino confessou também ter matado Genir;, informa o convite à manifestação.