Cidades

Vítimas farão reconhecimento

Duas mulheres que afirmam terem sido atacadas por Marinésio dos Santos Olinto irão vê-lo na delegacia do Paranoá na próxima semana. Até agora, ele confessou dois feminicídios

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 31/08/2019 04:06
Marinésio está preso no Complexo da Polícia Civil há uma semana: possíveis 11 vítimas, entre assassinatos, tentativas de homicídio e abusos sexuais


A partir da próxima semana, a polícia se dedicará à identificação de possíveis vítimas do cozinheiro Marinésio dos Santos Olinto, 41 anos. O assassino confesso de Letícia dos Santos Curado de Melo, 26, e Genir Pereira de Sousa, 47, deixará o Departamento de Controle e Custódia de Presos (DCCP), no Complexo da Polícia Civil, onde está preso, para ser reconhecido por duas mulheres que podem ter sido atacadas por ele. O acusado será levado à 6; Delegacia de Polícia (Paranoá), onde também prestará mais esclarecimentos. Depois disso, Marinésio seguirá para o Complexo Penitenciário da Papuda.

Segundo informações de fontes policiais ao Correio, a análise dos crimes das mulheres assassinadas por Marinésio indicam detalhes que podem ser importantes na investigação nos casos de estupro, abuso e tentativa de homicídio atribuídos ao cozinheiro. Quando os corpos de Letícia e Genir foram encontrados, na segunda-feira passada e em 12 de junho, respectivamente, ambas estavam vestidas, mas sem calçados.

O fato de Marinésio ter guardado os pertences da advogada no carro dele, uma Blazer prata, além dos itens de Genir nunca terem sido encontrados, sugere que o acusado tinha o hábito de ficar com ;lembranças; das vítimas. Os sapatos também seriam souvenires mantidos pelo assassino confesso. Esse padrão será usado para chegar a possíveis vítimas do morador do Vale do Amanhecer, em Planaltina.



Provas

Depois de Marinésio confessar ter cometido os homicídios de Letícia e Genir, a Polícia Civil passou a analisar casos de desaparecimento ou morte por asfixia de mulheres no Distrito Federal. A possível reabertura desses crimes se deve ao modus operandi do cozinheiro: oferecer carona ou se passar por motorista de transporte pirata para atrair vítimas, que estavam em paradas de ônibus.

Agentes da 10; Delegacia de Polícia (Lago Sul) reabriram, na quinta-feira, o inquérito da morte da adolescente Carolina Macedo Santos, 15. O corpo da jovem foi encontrado no Lago Paranoá, em 17 de maio do ano passado. À época, policiais concluíram que a garota cometeu suicídio. Contudo, o laudo cadavérico indicou sinais de asfixia. A vítima era amiga da filha de Marinésio e vizinha da família dele.

Ao Correio, o ex-padrasto de Carolina, o aposentado Rosalvo Itolar, 78, alegou ter desconfiado da conclusão inicial do caso. ;Quando soube dos assassinatos cometidos pelo Marinésio, fui ligando as coisas. Lembro que achei muito estranho o laudo da morte da Carol não ter mostrado lesões compatíveis com a história de como ela tirou a própria vida;, relatou.

Investigadores da 31; Delegacia de Polícia (Planaltina) e de outras circunscricionais também contam com o resultado de laudos periciais para conseguir novas provas contra Marinésio. O exame deve ficar pronto em 3 de setembro. Outra aposta dos policiais é a comparação do material genético do cozinheiro com o banco de dados de mulheres estupradas. As análises serão feitas pelo Instituto de Medicina Legal (IML).

Os policiais coletaram amostras do local onde Letícia foi assassinada, do corpo dela e do carro de Marinésio. Um dos exames indicará se a funcionária do Ministério da Educação sofreu abuso sexual. O veículo do cozinheiro foi analisado e está estacionado no pátio da 31; DP desde terça-feira.

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