postado em 31/08/2019 04:06
Marinésio tinha uma vida dupla. Em casa, era um marido e pai amoroso, cuidadoso e tranquilo, de acordo com depoimentos da família. No entanto, por trás disso, existe um histórico de violência contra mulheres. Aos policiais, a companheira do cozinheiro contou que, no dia do desaparecimento de Letícia, em 23 de agosto, o suspeito tinha deixado a filha do casal na escola, em Planaltina.
Ele levou a adolescente de 16 anos para aula por volta das 7h, na Blazer. Dali, Marinésio seguiu pela região do Arapoanga, em Planaltina, onde viu Letícia em uma parada de ônibus, às 7h40. O homem se passou por motorista de transporte pirata para convencer a vítima a entrar no veículo. Imagens de câmeras de segurança de um comércio local mostraram a abordagem, que durou menos de 10 segundos.
Depois de assassinar Letícia, o cozinheiro seguiu para a casa da irmã dele, em uma chácara de Planaltina, conforme o próprio depoimento da parente dele. Ela disse aos policiais que Marinésio chegou à residência por volta das 9h50. Ali, foi direto até a sobrinha, de 1 ano, com quem brincou a manhã inteira. O suspeito almoçou com a irmã e voltou para casa. Ele foi preso na tarde de sábado.
Colaboraram, Isa Stacciarini e Alan Rios
Mobilização contra a violência
As mortes de Letícia Curado, 26 anos, e Genir Pereira Sousa, 47, causaram comoção no DF. Na quarta-feira, manifestantes tomaram a Rodoviária do Plano Piloto, pedindo basta à violência contra mulher. Amanhã, novo ato está marcado, em Planaltina. O protesto está previsto para as 8h30 na feira da cidade. Em uma página do Facebook, mais de 600 pessoas demonstram interesse em comparecer. ;Nós somos mulheres moradoras de Planaltina e estamos devastadas com o caso Letícia, cujo assassino confessou também ter matado Genir;, informa o convite ao protesto.