Cidades

Moradores relatam o atraso em obras de águas pluviais em Vicente Pires

Ajustes no contrato com a empresa responsável pelas detonações causaram atraso dos trabalhos, que devem ser retomados ainda este mês

Pedro Canguçu*, Thais Umbelino*
postado em 03/09/2019 06:00
Segundo a administração da cidade, as atividades devem ser retomadas em 10 de setembro e ainda faltam duas fases para completar a obraMoradores da chácara 202, na rua 8 de Vicente Pires, não escutam mais barulhos de obras na região da criação de túnel para captação das águas pluviais. A Defesa Civil deu início, em 3 de junho, a explosões na área com o objetivo de detonação da rocha do solo. No entanto, segundo a população, as obras seguem paradas há mais de um mês. Os estrondos já causavam transtornos no cotidiano dos cidadãos, mas com a pausa, o caos na região ficou ainda mais intenso.Uma das reclamações da dona de casa Ecione Saturnina, 50 anos, é a acessibilidade e poluição visual em frente ao lote. ;Tem uma estrutura de madeirite em frente à minha casa para proteger a obra. Entretanto, fecha a visão de quem segue o caminho pela rua. É perigoso até acontecer um acidente. Se eles estivessem dando continuidade às obras, isso não aconteceria;, declarou.

Segundo a moradora, o atraso nas obras de captação das águas pluviais vai deixar a situação da cidade ainda pior. ;Eles vão ter que cumprir o que prometeram. Os moradores jamais vão aceitar Vicente Pires sem águas pluviais. Quando chove, o fluido leva os asfaltos. Já procurei a administração e eles não me dão um retorno;. Ecione também apontou o descaso da construtora em relação aos danos causados devido à explosão. Na residência dela, por exemplo, a parede do quarto está rachada e utensílios como a pia do banheiro, o mármore da cozinha e a fruteira estão destruídos. ;Eles falaram que iam se responsabilizar caso algo quebrasse, mas depois de um mês, eles sumiram. Não sei como resolver isso;, acrescentou.

Em três meses, o comerciante Arivelton Campos, 34, viu o número de clientes cair por conta do resto das obras. ;Muita gente já não frequentava por conta da poeira. Agora, os clientes perguntam se a obra acabou e quando falo que ;não;, eles acabam não vindo. As pessoas estão evitando.; De acordo com o Arivelton, os funcionários trabalharam normalmente durante o período de obras, mas na semana seguinte, eles não estavam mais lá. ;Eles tiraram tudo, até o abrigo dos operários. Houve alguns boatos de que a construtora não os pagou, mas não sei ao certo o que aconteceu.;

A administração de Vicente Pires informou que as atividades estão previstas para recomeçar a partir do dia 10 de setembro. A pasta explicou que, segundo o cronograma, as obras na Rua 8 passam por três fases, sendo que estão divididas em dois trechos. ;O primeiro trecho e a primeira fase é de responsabilidade da empresa Basevi, que executa o trabalho de detonação das rochas no meio de oito Poços de Visitação;, informou. A segunda fase e a terceira referem-se ao processo de pavimentação asfáltica e de drenagem, respectivamente.

Por meio de nota, a Secretaria de Obras e Infraestrutura do DF esclareceu que os serviços estão dentro do cronograma planejado e que o motivo da pausa é devido a ajustes no contrato com a empresa responsável pelas detonações, a Basevi. O órgão explicou que a adaptação se reflete no projeto caduco da Região Administrativa. ;Tendo em vista que Vicente Pires é uma cidade fruto de ocupação desordenada e, ainda, que o projeto dessas obras é de 2008, tais ajustes tornam-se necessários para adequar o antigo projeto à atual realidade da cidade;, informou a pasta. De acordo com o órgão, a conclusão das obras está prevista para 2020.

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