Cidades

Festa da Independência teve descontração do presidente e público animado

A estimativa é de que mais de 20 mil pessoas foram ao tradicional desfile cívico-militar em comemoração ao 7 de Setembro e o primeiro do presidente Jair Bolsonaro. Empolgado com a recepção, ele desceu do palanque e foi ao encontro dos eleitores

Darcianne Diogo*, Thaís Moura*, Thiago Cotrim*, Juliana Andrade
postado em 08/09/2019 08:00
As arquibancadas, instaladas na Esplanada dos Ministérios, ficaram lotadas de brasilienses e pessoas de outros estados que vieram prestigiar  a tradicional parada, protagonizada pelos militaresO verde e o amarelo dominaram a Esplanada dos Ministérios no primeiro 7 de Setembro do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Embora a Polícia Militar não tenha avaliado o tamanho do público, a estimativa é que mais de 20 mil pessoas atenderam ao apelo do presidente e compareceram ao desfile usando as cores predominantes da bandeira do Brasil: amarelo e verde. Com arquibancadas e gramado lotados, o chefe do Executivo foi recebido aos gritos de ;mito;. Diante da manifestação dos presentes, ele quebrou protocolo, desceu da tribuna de honra e caminhou pela avenida, onde ocorre o desfile cívico-militar, para cumprimentar os eleitores.

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, assistiu ao desfile ao lado do presidente Jair Bolsonaro, na tribuna presidencial. O chefe do Buriti estava acompanhado da primeira-dama, Mayara Noronha, e do filho mais novo, Mateus Rocha. Ibaneis destacou que o 7 de Setembro simboliza a luta pela liberdade do povo brasileiro, mas os desafios continuam. ;Agora, precisamos avançar para edificação de um Brasil ainda mais digno, justo, e que tenha, na democracia, valores éticos e morais capazes de promover um pacto de responsabilidade social com todos os brasileiros e brasileiras. Democracia é prática, paciência, construção;, declarou.
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Além das apresentações dos batalhões do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar do Distrito Federal, o desfile contou com a participação de escolas públicas do Distrito Federal, que se tornou uma tradição. Entre elas, escolas de Samambaia, da Estrutural, do Guará, do Recanto das Emas, de Ceilândia, Gama e Santa Maria, além das estudantes das escolas militares do DF.

Crianças, jovens, adultos e idosos procuraram o melhor local para apreciar o desfile. Aqueles que não conseguiram um lugar na arquibancada se posicionaram de frente aos três telões instalados no gramado. Os mais inconformados escalaram árvores ou procuraram frestas na estrutura metálica que separava a arquibancada do gramado.

A dona de casa Andréa Souza,33 anos, passou a maior parte da atração em uma estrutura de metal que lhe dava uma visão acima da arquibancada ; tudo para não perder um minuto da parada. ;É o primeiro 7 de Setembro que eu comemoro. Vim para conhecer e prestigiar o evento. O ruim é que encontrei um espaço para minha filha sentar na arquibancada, mas eu fiquei aqui de fora;, diz Andréa.

O empresário Paulo Souza, 26, aproveitou o gramado da Esplanada para assistir ao desfile pelo telão. Ele acompanha o evento desde criança e levou o filho e a mulher, Ana Cláudia, para o evento. ;Quero passar essa tradição para o meu filho. Acredito que sair de casa para celebrar um momento como esse é só um resumo do amor que precisamos ter pelo nosso país;, disse.
O casal Ana Cláudia e Paulo Souza, com o filho: amor à pátria

Os organizadores esperavam 20 mil pessoas para o evento. O número não foi confirmado. Diferentemente de anos anteriores, a Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP/DF) não divulgou o dado. Além de moradores do Distrito Federal, teve gente que veio de outros estados especialmente para a comemoração ao lado do presidente da República. A empresária Luciana Borges, 55, desembarcou, na sexta-feira à noitem, em Brasília, procedente do Bairro da Lapa, em São Paulo. ;Para mim, é uma honra estar aqui. Sigo o presidente Jair Bolsonaro em todas as manifestações. Hoje não poderia ser diferente: vim vê-lo e ouvir o discurso;, afirmou.

Um dos momentos mais esperados foi a apresentação da esquadrilha da fumaça. O militar Kelvin Rocha, 22, aguardou o evento inteiro, ansioso, pela exibição aérea. ;É a segunda vez que estou vindo, eu venho só pelas marchas, que são muito bonitas, e pela Esquadrilha da Fumaça;, conta. Para ele, os desfiles foram superiores aos do ano passado. ;Eu só acho que está um pouco mais rígido para entrar no evento, no passado era mais fácil, sem tanta burocracia;, reclamou. Outro momento que levantou o público foi o desfile da Pirâmide Humana do Batalhão de Polícia do Exército de Brasília, com 47 militares sobre uma única motocicleta.
O militar Kelvin Rocha (E) foi ver a Esquadrilha da Fumaça

No balanço do Corpo de Bombeiros, apenas 11 ocorrências, a princípio sem gravidade. A Polícia Militar fez quatro apreensões de drogas, canivete e estilete nas proximidades do evento. Os suspeitos foram detidos e levados à 5; Delegacia de Polícia (Área Central).

Insatisfação

Entre os presentes, houve quem aproveitou o momento para protestar contra o governo. A fotógrafa Joice da Silva, 22 anos, a analista administrativa Magda Queiroz, 51, e o servidor público Francisco de Assis, 54, vieram para o desfile vestidos de preto, conforme recomendação de grupos contrários ao presidente Bolsonaro. Além disso, eles colaram adesivos nas blusas com as frases: ;Fora, Bolsonaro; e ;Todos a favor da Amazônia;.
Joice, Magda e Francisco vestiram preto: protesto contra o governo e em defesa da Amazônia

;Estamos passando por um momento delicado na política brasileira, em que nossa democracia está ameaçada. Viemos protestar, mas confesso que estou com medo. A maioria das pessoas que estão aqui (Esplanada dos Ministérios) são favoráveis ao presidente e, quando elas nos vêem, nos olham com a cara feia. É uma pena saber que, mesmo em um espaço público, não podemos manifestar nossa opinião;, reclamou Joice.

Eu fui!

A estudante do colégio militar Tiradentes, Isabelle Tavares, 16, desfilou durante as comemorações e se surpreendeu com a animação do público. ;É o segundo ano que eu desfilo. Foi muito cansativo, mas já estou acostumada porque nós marachamos toda sexta-feira. No momento em que começamos a cantar, o público reagiu muito bem. Foi um momento mágico;, conta.
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