Emilly Behnke
postado em 12/09/2019 16:18
Ao som de trilhas sonoras famosas do cinema internacional e música clássica, o Hospital de Base do Distrito Federal comemorou 59 anos nesta quinta-feira (12/9). Para celebrar a data, a unidade de saúde recebeu uma apresentação da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro, ao ar livre, regida pelo maestro Claudio Cohen. A cerimônia e apresentações ocorreram no jardim do instituto e reuniram profissionais da saúde, pacientes e pessoas que passavam pela região.A iniciativa é uma parceria da Secretaria de Cultura com a Secretaria de Saúde, que realizou apresentações da orquestra no Base e em outros hospitais em 2018. Para as pastas, a música clássica auxilia no bem-estar dos pacientes. Cristina Carvalho, 45, integrante da orquestra, acha gratificante tocar em hospitais. "As pessoas se emocionam, fazem pedidos. É uma experiência muito boa porque dentro da nossa área de trabalho podemos oferecer um pouco de solidariedade", disse.
O trompista Fernando Morais, 53 anos, vê as apresentações como uma forma de levar "um alento e carinho" para os pacientes. "É legal não só para os pacientes, mas também para toda a comunidade do hospital, médicos, enfermeiros", acrescentou.
Paciente do Hospital de Base há 45 dias, o aposentado Ricardo Ramos, 70 anos, estava presente na data da inauguração da instituição. "Aos 11 anos de idade eu estava com meu pai e ao lado do presidente Juscelino Kubitschek inaugurando esse hospital", lembrou, com afeto.
Emocionado, Ricardo conta que seu pai foi o chefe do departamento de compras da unidade. "Eu tenho um orgulho enorme de ter acompanhado essa etapa da construção de Brasília". Ele ressalta que preferia comemorar a data sem estar como paciente da instituição, mas ainda assim se sente grato."Só tenho a agradecer pelo o fato de estar aqui hoje, recebendo o tratamento do corpo clínico, que é o melhor de Brasília. Me sinto privilegiado", declarou. Ele está internado devido a um infarto.
O morador da Asa Sul, destacou ainda a atuação do ex-presidente JK para a construção do Base. Lembrado no evento, Juscelino completaria 117 anos nesta quinta-feira (12/9).
Francisco Araújo, diretor-presidente do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF, destacou a importância do Hospital de Base para a rede de saúde local. "Toda pessoa do Distrito Federal pobre ou rica que sofre um acidente vem para cá", afirmou. Para ele, a data é uma realização pessoal e profissional. "Só da gente comemorar 59 anos com o hospital bem cuidado, com equipe profissional completa e com uma integração com os voluntários é motivo de muita alegria e festa".
De janeiro a agosto deste ano o Hospital de Base realizou 7 mil cirurgias e mais de um milhão de procedimentos ambulatoriais. Em 2019, o Base reativou um andar inteiro, que conta com 26 leitos.
Justa homenagem
A programação do aniversário do hospital incluiu a entrega de placas as instituições voluntárias e a inauguração da Casa Rosa, um novo espaço destinado ao uso da Rede Feminina de Combate ao Câncer de Brasília. A organização de voluntariado é responsável por doar 400 lanches diariamente a pacientes e acompanhantes.
Voluntária há 31 anos, Vera Lúcia Bezerra, coordenadora da rede e presidente do Conselho Gestor do Hospital de Base, considera a instituição sinônimo de amor. "É um hospital apaixonante. Tem muito problemas? Tem. Mas tem muitos desafios e muitas vidas sendo salvas aqui".
Além da rede feminina, outros três grupos prestam serviços ao Base: Movimento de Apoio ao Câncer (MAC), Serviço Auxiliar Voluntário (SAV) e Associação Amigos do Hospital de Base, que totalizam mais de 600 voluntários. "É uma corrente de pessoas que juntas fazem o hospital ser esse fenômeno de acolhimento e de humanização", completou Vera Lúcia.
Presente na cerimônia, o vice-governador do DF, Paco Britto, parabenizou os colaboradores do HB pelo serviço prestado à população. Compareceram também ao evento o secretário de Assistência à Saúde do Ministério da Saúde, Francisco Figueiredo, e o secretário de Saúde do DF, Osnei Okumoto.
Após a apresentação, os integrantes da orquestra se dividiram em duplas, trios e quartetos instrumentais, percorrendo os ambulatórios, Unidades de Pronto Atendimento (UTIs) e áreas de internação.
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