postado em 13/09/2019 04:07
O avanço da dengue continua no Distrito Federal e bate registro histórico de enfermos. Segundo o último boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde, divulgado ontem, 43 pessoas morreram vítimas da doença. Até 31 de agosto, a pasta registrou 41.572 casos prováveis. Em todo o ano passado, apenas uma pessoa morreu e 2,4 mil casos foram notificados.
De janeiro a agosto, o GDF registrou 1.340,5 casos por 100 mil habitantes, o que representa um aumento de 2.381,48% em relação ao mesmo período do ano passado, quando a incidência ficou em 54 casos por 100 mil habitantes. As cidades com mais ocorrências são Planaltina (5.119), Ceilândia (4.063) e Paranoá (2.917).
Na casa da bióloga Lara Carneiro, 25 anos, três pessoas foram acometidas pela doença. ;Em abril, a minha mãe pegou. Mais ou menos uma semana depois, foi a minha vez e depois de mais duas semanas, o meu irmão também teve;, recorda. Ela nunca havia sido infectada, mas agora sabe o que é sentir dor no corpo todo, especialmente nas juntas. ;Não conseguia dobrar as pernas e braços. No segundo dia, fiquei prostrada na cama.; A mãe de Lara, por outro lado, contraiu a doença pela terceira vez.
;Sempre tomamos muito cuidado com água parada, mas a gente imagina que possa ter sido algo na praça ou na vizinhança, porque muita gente teve dengue na região;, afirma Lara, que é moradora do Guará.
Dados do Ministério da Saúde mostram ainda que, de janeiro a 24 de agosto, o Distrito Federal foi, proporcionalmente, a quinta unidade da federação com maior incidência de dengue, ficando atrás apenas de Minas Gerais, Goiás, Espírito Santo e Mato Grosso do Sul. A média nacional é de 690,4/100 mil habitantes.
O médico infectologista do Hospital Brasília, André Bon, afirma que o fato de a doença ser cíclica ajuda a explicar o aumento do número de casos em 2019. ;A gente passa um período sem muitas ocorrências, então isso gera um bolsão de pessoas que não têm imunidade;. Segundo ele, é possível que, para os próximos anos, as taxas diminuam. ;Dados os grandes números de agora, podemos ter uma grande quantidade de pessoas imunizadas. Ainda assim, precisamos estar preparados;, alerta.