Famoso entre os universitários devido a proximidade com a Universidade de Brasília (UnB), o bar Pôr do Sol foi colocado a venda no início do mês. O estabelecimento que virou um dos pontos mais frequentados por estudantes e demais moradores da capital chegou a receber uma oferta de um cliente, que não teve o nome divulgado. Mesmo assim, a proposta de venda por R$ 450 mil continua aberta em um site de venda.
Atual proprietário do estabelecimento, Alonso José, 45 anos, diz que o possível novo dono está vendendo um imóvel e caso tenha sucesso, poderá assumir em outubro. Alonso afirma que decidiu vender o bar para dedicar-se a outras atividades, uma vez que está no comércio há mais de duas décadas: "Tudo tem um começo e um fim".
A notícia da venda do PDS ; como o local é conhecido ; entristeceu os frequentadores. Nas redes sociais, a postagem repercutiu em grupos universitários. Para os alunos, o bar reflete as histórias e vivências da graduação. Estudante de Química, Gabriel Santos, 21, conta que, apesar das outras opções de bares, frequenta apenas o Pôr do Sol desde o início do curso, em 2017. "Desde quando comecei a graduação meus amigos vêm para o bar. Acabou se tornando um local de encontro", diz.
Ponto de encontro
O bar virou referência na Asa Norte. Mas em 1998, à época da inauguração, Alonso não imaginava tamanho sucesso. Ele credita o crescimento ao trabalho duro. ;A pessoa tem que gostar de trabalhar com comércio. Meus pais foram comerciantes, mas nenhum dos meus filhos querem seguir essa linhagem;, afirma.
O nome do local, ele lembra, foi escolhido em homenagem ao céu de Brasília, celebrado pelos moradores da capital. "O pôr do Sol da cidade é marcante. Não imaginava que o estabelecimento também viraria um dos pontos conhecidos daqui", diverte-se o comerciante.
Seja com ou sem pôr do Sol, o ambiente é de descontração. Para o estudante Tiago Leite, 28, o estabelecimento é um dos pontos turísticos da cidade. "A quadra possui outras opções de bares, mas ela é famosa por conta do Pôr do Sol. A loja compõe o complexo da 408 norte", avalia.
O amazonense Tony Leão chegou na capital em 2013 para cursar Medicina na UnB e antes de começar o curso se familiarizou com a cidade a partir do PDS. ;Brasília é uma cidade mais fria, com pessoas distantes e difíceis de entrosar. Por eu morar próximo ao bar, frequentava bastante o local. Lá eu não me sentia excluído. As pessoas me acolheram;, relembra.
Para Tony o bar também propicia um grande intercâmbio cultural. Integrante de uma banda de forró, ele já tocou algumas vezes no local e foi bem recebido: ;Muitos artistas passam no estabelecimento. É um espaço além de bar, é um local de agregar;.