postado em 15/09/2019 04:07
Boias a postos, piscina cheia, família e amigos reunidos. É assim que a empresária Rhany Holanda, 31 anos, tenta se refrescar nos fins de semana desta época em que a temperatura no Distrito Federal supera os 30;C. Porém, a diversão não pode deixar os cuidados com a segurança de lado. Até agosto, o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal atendeu a 54 ocorrências de afogamento em 2019, 26 a menos que o mesmo período do ano passado. Mas todo cuidado é pouco. Para que os números caiam cada vez mais, é fundamental obedecer a recomendações dos especialistas.
Com dois filhos pequenos, Ana Júlia, 11, e Yago, 4, Rhany não poupa cuidados quando vai para a casa da sogra, curtir a piscina com a família. Nos momentos de lazer, ficar de olho nos menores é dever de todos. ;Eles só entram se for com boia e fica gente olhando o tempo todo, principalmente por causa do Yago. Tenho medo de ele tropeçar e cair;, comenta.
A preocupação de Rhany não é à toa. O capitão do Corpo de Bombeiros Victor Mendonça afirma que, para garantir a segurança das crianças, a distância máxima entre elas e um adulto deve ser de um braço. ;Temos que ficar atentos também com as boias. A gente não aconselha aquelas infláveis, pois elas podem rasgar. O ideal é usar um colete salva-vidas, recomendado pela Marinha;, ressalta.
A administradora Flávia Firme, 44, não permite que a filha, Anna, de 2 anos e 7 meses, chegue perto da piscina sozinha. Durante os churrascos da família, a piscina fica fechada para garantir que as crianças só se aproximem acompanhadas. ;Eu não a deixo um minuto sozinha. Para onde a gente for, ela vai junto. Ela até faz aula de natação, mas sabe que não pode entrar na piscina sozinha. Mesmo assim, só abrimos a grade se tiver algum adulto junto;, garante.
O capitão Mendonça ainda destaca que as crianças não são as únicas suscetíveis a acidentes em piscinas. Os adultos também devem ficar atentos à alimentação e à ingestão de bebidas alcoólicas. O recomendado é não misturar a atividade com álcool e procurar não fazer refeições pesadas antes de nadar.
Cachoeiras
Enquanto Flávia e Rhany aproveitam as piscinas, a estudante Verônica Lima, 22, prefere ir um pouco mais longe para se refrescar. Para ela, nada se compara a um bom banho de cachoeira. O destino preferido dela são as quedas d;água em Pirenópolis, a cerca de 150km de Brasília. ;Basta ter um dinheirinho sobrando e sol para a gente ir;, comenta a estudante.
Quando a atração é cachoeira, os cuidados devem ser redobrados desde o caminho para chegar até elas, como o momento do banho. ;Para quem precisa fazer trilha para chegar à cachoeira, a gente recomenda sempre levar água e comida. Se possível, é bom ter um guia acompanhando;, orienta Mendonça, do Corpo de Bombeiros.
Durante o banho, uma dica importante é não pular de lugares altos e jamais mergulhar de cabeça. ;Pode ter um tronco ou uma pedra no fundo e causar um grave acidente. E, quando for entrar na água, entre sempre com os pés, para evitar bater a cabeça e sofrer alguma lesão;, alerta o capitão.
Verônica garante que ela e os amigos são cuidadosos. Além de evitar excessos, o grupo sempre fica atento ao tempo. ;A gente olha a previsão antes de ir, pois sempre rola tromba d;água quando chove;, destaca. Mendonça enfatiza que, se houver previsão de chuva, a recomendação é cancelar o passeio.
Lago Paranoá
Outra forma de se refrescar é com os banhos no Lago Paranoá. Porém, o espelho d;água da cidade foi palco de muitos episódios tristes de afogamentos. Para evitar novos acidentes, o capitão Mendonça tem dicas especificamente para o local: ;Não se aventure a fazer a travessia. Podem acontecer várias coisas no caminho, inclusive a pessoa passar mal. Se for mesmo querer atravessar, vá com algum apoio, com uma embarcação acompanhando e sempre com alguém ao lado;, aconselha.
Como o lago não tem cercamento, a atenção com as crianças deve ser redobrada, mantendo-as sempre por perto. Outro alerta é sobre as embarcações. Condutores de lanchas, por exemplo, não devem ingerir bebidas alcoólicas e todos devem usar coletes.
Mendonça destaca que as dicas valem para todos, até para aqueles que sabem nadar. ;Não superestime a sua capacidade de natação. Você pode se considerar um bom nadador, mas não ser o suficiente para a atividade que está esperando. Tenha sempre uma segurança a mais;, alerta.
Resgate
Em casos de afogamentos em lagos ou rios, as pessoas devem ligar imediatamente para o 193. Segundo os bombeiros, é muito arriscado pessoas despreparadas entrarem na água para salvar a vítima. ;Para resgatar alguém que está se afogando, são exigidas várias técnicas e treinamento. Nesses casos, o recomendado é jogar algum objeto flutuante para a vítima;, comenta Mendonça.
Em piscinas, a maioria dos acidentes são ocasionados pelo fato de a pessoa não ter uma altura de acordo com a profundidade da piscina. ;Nessa situação, quem é mais alto pode entrar sem problemas. Mas é importante ter um apoio do lado de fora;, orienta.