postado em 17/09/2019 04:06
Uma quadrilha especializada em fraudes bancárias causou mais de R$ 600 mil em prejuízo a nove empresas de São Paulo. Ontem, quatro pessoas foram presas, acusadas de integrar o grupo criminoso, que a princípio, seria paulista. Agora, a Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC) tenta identificar outros componentes do esquema. As vítimas serão ouvidas pela Polícia Civil de São Paulo e o material será encaminhado à unidade especializada.
Segundo as investigações, os suspeitos fraudavam as contas bancárias das empresas por meio de aplicativo de internet banking. Todos os estabelecimentos lesados eram clientes de um único banco, o qual não foi informado pela corporação. Os homens utilizavam o aplicativo online e realizavam transferências de alto valor para contas de laranjas do Distrito Federal, Pará, Amazonas e Maranhão.
O delegado Giancarlos Zuliani, chefe da DRCC, disse que a maior parte do dinheiro era lavada no DF. ;Além dos presos, identificamos ao menos a participação de mais 40 laranjas aqui na capital. Se englobarmos os demais estados, os números crescem para algo em torno de 60 pessoas. Temos todos esses nomes e comprovada a participação, eles responderão por receptação;, afirmou.
Entre os presos na ação de ontem, está um dos recrutadores do esquema, identificado como Ítalo Daniel Pereira da Silva, 26 anos. Policiais batizaram a investigação de Operação Ítalo, por conta do nome do suspeito. Ele era responsável por chamar pessoas interessadas em emprestar a conta bancária para auxiliar nas fraudes. Os outros três detidos temporariamente seriam laranjas. Os homens foram detidos em Valparaíso (GO), Brazlândia e São Sebastião.
;Os receptadores são os primeiros a serem identificados nas investigações, pois a conta bancária é o rastro principal nesse tipo de crime. Nós identificamos que nessas fraudes, em uma só ação, pode existir mais de um laranja. Para que o banco não consiga resgatar a quantia, eles enviam o valor para uma primeira conta e, na sequência, mandam para uma segunda. Eles também podem sacar o dinheiro a partir de uma única transferência. Há pessoas que aparecem mais de uma vez como laranjas;, explicou Zuliani.
O delegado acrescenta que em um golpe, Ítalo conseguiu mais de R$ 200 mil. ;A ação durou dois dias. Ao fraudar o internet banking, ele fez as transferências para as contas dos receptadores. O suspeito é uma pessoa que já integrava o esquema anteriormente, como laranja. Mas com o passar do tempo, ganhou uma nova função. Nosso trabalho é, agora, chegar aos líderes dessa cadeia criminosa;, disse.
Prisões anteriores
No mês passado, agentes da DRCC tinham chegado a dois recrutadores que agiam em conjunto no Distrito Federal. Um laranja também acabou detido na ação, que ocorreu em 12 de agosto. Estão detidos temporariamente desde a primeira fase da operação o ex-soldado do Exército e ex-goleiro do Gama Paulo Henrique França da Costa, 26, e o comparsa dele, Tiago Vinicius da Silva, 33.
De acordo com Zuliani, a dupla é acusada de auxiliar na aplicação de sete golpes a empresas de São Paulo. ;Os golpes aplicados pelos suspeitos foram repassados pelo banco lesado. Contudo, quando o dono do estabelecimento e o gerente bancário perceberam que tinham sido vítimas de fraude, eles já tinham lavado o dinheiro. A dupla também era responsável pelo recrutamento de laranjas;, finalizou o delegado.
"Nosso trabalho é, agora, chegar aos líderes dessa cadeia criminosa;
Giancarlos Zuliani, Chefe da DRCC