postado em 18/09/2019 04:15
Seis meses após o início da gestão de Ibaneis Rocha (MDB), a economia do Distrito Federal começa a se recuperar. A melhora do cenário no segundo trimestre, segundo boletim divulgado pela Companhia de Planejamento do DF (Codeplan), deu ânimo para o Executivo. Os resultados mostraram crescimento de 1,7% em relação ao mesmo período do ano passado ; na comparação dos primeiros trimestres de 2018 e de 2019, a economia já havia crescido 1,4%. Caso a taxa se mantenha, a expectativa é de que a situação melhore ainda mais até 2021.
O panorama, visto com bons olhos pelo governo, foi o primeiro trimestre, desde o início de 2013, em que todos os setores de atividade econômica apresentaram variação positiva. De abril a julho, os setores da agropecuária, de serviços e da indústria tiveram os melhores desempenhos. Os indicadores mostraram, ainda, que o consumo das famílias e o potencial de compra delas se tornou mais favorável.
Apesar do otimismo, os dados não representam uma tendência para o fim do ano. Mesmo assim, o governo esperar fechar 2019 com melhora do comércio e com quedas nas taxas de desemprego, principalmente pela oscilação no mercado de trabalho. Em julho, houve aumento da quantidade de pessoas ocupadas, além das vagas de emprego formal, informal, autônomo e doméstico em comparação ao mesmo mês de 2018. Ao mesmo tempo, o número de pessoas empregadas no serviço público caiu, e a taxa de desocupados manteve-se estável.
Os secretários de Economia e Governo, André Clemente e José Humberto Pires, respectivamente, participaram da solenidade de divulgação do balanço, no Palácio do Buriti. Além deles, o presidente da Codeplan, Jean Lima, comentou o levantamento: ;Voltamos a fazer projeções, e os resultados estão dentro do esperado. Estamos projetando, para o fim do ano, o mesmo patamar de emprego do início de 2019. Diante do cenário em que estávamos, isso é positivo. Claro que está longe do ideal, mas é um passo importante para sairmos da recessão;.
Inflação
Outro índice que afeta o consumo das famílias, a inflação avançou em relação aos três primeiros meses de 2019, conforme registrado no restante do país, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No Distrito Federal, ela ficou em 3,36% em agosto. Enquanto alimentos e bebidas mostraram redução nos preços, itens como gasolina e passagens aéreas tiveram impacto no indicador. Preços referentes à habitação também provocaram o aumento, como os impostos sobre água e esgoto, que subiram 6,3%, e os valores dos aluguéis residenciais, com avanço de 2%.
O setor privado formal registrou os maiores índices em se tratando de contratações. A indústria, em especial na área da construção civil, teve o melhor desempenho. O setor público teve queda no número de trabalhadores. A expectativa do governo é de que a diminuição do desemprego ; que caiu de 19% para 18,8% no período considerado ; continue até o fim do ano. A estimativa, segundo a Codeplan, é de que o ano termine com um índice de 17,7%.
Na avaliação do diretor de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas da Codeplan, Bruno de Oliveira Cruz, o ritmo de recuperação é gradual. ;A consistência da criação de postos formais, diante da recessão que tivemos, é um sinal positivo, mas temos um contingente de desempregados e um nível de desemprego alto. A trajetória é de queda, mas de queda lenta;, avaliou. ;Um sinal positivo é a recuperação da construção civil, ainda tímida, e do comércio, no primeiro semestre;, completou Bruno.
Em alta
Crescimento da economia na comparação com o segundo trimestre de 2018:
; Agropecuária 2,8%
; Serviços 1,8%
; Indústria 0,9%
Fonte: Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan)
"Um sinal positivo é a recuperação da construção civil,
ainda tímida, e do comércio, no primeiro semestre"
ainda tímida, e do comércio, no primeiro semestre"
Bruno de Oliveira Cruz,
diretor de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas da Codeplan