postado em 21/09/2019 04:16
A 3; Delegacia de Polícia (Cruzeiro) investiga o suposto desaparecimento de uma recém-nascida no Hospital das Forças Armadas de Brasília (HFA), em 16 de fevereiro de 1996. A apuração começou na quinta-feira após a gestora de negócios Carla Patrícia Furtado, 48 anos, registrar a denúncia ; ela soube de outros casos parecidos e resolveu retomar o dela. Ela tem certeza de que teve filhas gêmeas, contudo, após a cesárea, só recebeu uma criança: Jéssica da Silva Vasconcelos, 23. Desde então, ela luta para encontrar Nathália da Silva Vasconcelos.
Patrícia relata que, durante a gestação, realizou ecografias que indicavam a gestação de gêmeos. Ao dar entrada no HFA, ela afirma ter feito mais três exames para comprovar a necessidade da cesárea, uma vez que estava grávida de oito meses. ;Passei pela cirurgia, mas só tive contato com minha filha Jéssica dois dias depois, porque ela precisou ficar na incubadora. Quando o médico chegou só com ela, não entendi. Então, ele alegou houve erro nos exames e que nunca estive esperando gêmeas;, relata.
Uma apuração interna foi aberta no HFA, mas acabou arquivada. O Correio publicou o caso em 4 de abril de 1998. À época, o tenente-coronel Etevaldo Marques Barbosa, então relações públicas da unidade de saúde, alegou que o obstetra Álvaro Dacomuni se enganou. ;Ele fez uma leitura errada da ecografia. Como o útero da mãe estava cheio de água, a cabeça da criança ficou girando lá dentro de um ponto para outro, dando a impressão de serem duas. Realizamos sindicância e chegamos à conclusão de que houve erro;, afirmou, na ocasião. A reportagem também indicou que os prontuários de Patrícia apresentavam indícios de adulteração.
De acordo com a delegada Claudia Alcântara, chefe da 3; DP, será pedido o processo arquivado em 1998. ;Entrarei em contato com a Justiça Militar para ter acesso ao documento. Assim, poderei avaliar o que foi apurado ou não. Esse é nosso primeiro passo;, adianta.