Cidades

Arcebispo de Brasília celebra segunda missa de despedida do padre Casemiro

Cerca de 1,2 mil pessoas participam da cerimônia religiosa para dar adeus ao sacerdote, assassinado na noite de sábado (21/9)

Darcianne Diogo*
postado em 23/09/2019 16:12
Solenidade foi realizada na paróquia Nossa Senhora da Saúde, na 702 Norte A segunda missa de despedida do padre polonês Kazimierz Wojno, 71 anos, começou às 14h, na Paróquia Nossa Senhora da Saúde, na 702 Norte. O religioso foi vítima de latrocínio na noite do último sábado (21/9), quando foi estrangulado. À segunda cerimônia, estiveram presentes o representante do papa no Brasil, Dom Giovanni D;Aniello, e seis diplomatas da Embaixada da Polônia.

A solenidade da tarde, presidida por Dom Sérgio da Rocha, arcebispo de Brasília, começou com louvores entoados pelos frequentadores da igreja. ;Nosso pastor encerrou sua caminhada neste mundo e foi para a vida;, dizia um dos cânticos. Às 15h, o arcebispo Dom Sérgio da Rocha deu início à encomendação do corpo, tradição do catolicismo. A prática é uma espécie de unção especial, durante a qual é feita uma oração e purificação com água benta.
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Cerca de 1,2 mil pessoas passaram pela paróquia durante a segunda cerimônia para dar adeus ao padre Casemiro, como era conhecido. Dona de casa, Marlene Barroso, 71 anos, fez questão de participar das duas missas. ;Assim que o padre chegou à igreja, há 35 anos, eu estava aqui. Convivemos juntos durante todo esse tempo. Eu o considerava um parente. A dor é muito grande. Não consegui nem ir ao caixão ainda;, contou a moradora da Asa Norte.

Marlene, que era responsável por cuidar dos eventos sociais da igreja, descreve o padre como uma pessoa esforçada e trabalhadora. ;Ele não media esforços para fazer um bom trabalho. Não gostava de nos ver parados;, lembrou.

Arcebispo de Brasília, Dom Sérgio da Rocha também lamentou a morte do colega: ;O padre Casemiro era ;o; padre, isto é, o pai desta paróquia, que ele tanto amou e pela qual tanto se dedicou. A igreja é ferida quando seus filhos são mortos de forma tão cruel. A tristeza e a dor pelo assassinato não podem jamais levar ao ódio e à vingança;, disse.

Ruth Aurea, 74 anos: integrante da comunidade religiosa Para a moradora da 208 Norte Ruth Aurea, 74, a segurança na região é precária. ;A vida do padre era falar sobre a violência. Aqui, (no estacionamento da paróquia), carros já foram roubados. É uma maldade que não tem fim. Infelizmente, a morte não tem retorno;, comentou a coordenadora pedagógica aposentada.
Integrante da comunidade da igreja há 30 anos, Ruth falou sobre o esforço de Casemiro para erguer a paróquia: ;Ele tinha um amor muito grande. Até um elevador ele construiu, pensando nos deficientes físicos. Vou guardá-lo no coração por toda a vida;.
*Estagiária sob supervisão de Fernando Jordão

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