Cidades

Operação da Polícia Civil prende grupo que fraudava dados de servidores

Organização criminosa tinha como alvo funcionários com altos salários e já faturou mais de R$ 1 milhão com a falsificação de documentos

Emilly Behnke
postado em 24/09/2019 09:08
Com o grupo, a Polícia Civil apreendeu documentação falsa, procurações e contra-cheques A Polícia Civil (PCDF) prendeu nesta nesta terça-feira (24/9) sete membros de uma organização criminosa que fraudava dados de funcionário públicos. O grupo agia falsificando documentos das vítimas, como RG, contracheques e comprovantes de residência, além de falsificar Carteiras de Habilitação junto ao Departamento de Trânsito (Detran).

As investigações da Operação Alicantina tiveram início em janeiro deste ano e são conduzidas pela Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor, a Propriedade Imaterial e a Fraudes (Corf). A polícia identificou até o momento 50 vítimas da organização e estima prejuízo de mais de R$ 1 milhão.

Os principais alvos do grupo eram funcionários públicos com altos salários e sem restrições no CPF. As vítimas eram servidores do Tribunal de Contas da União (TCU), Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), Tribunal Regional Federal (TRF), Advocacia Geral da União (AGU), Polícia Militar do DF (PMDF) e Secretaria de Fazenda do DF.

"A partir de janeiro deste ano algumas vítimas procuraram a delegacia informando que seus dados tinham sido subtraídos porque elas não estavam recebendo o salários que regularmente recebiam", explicou o coordenador da Corf, Wisllei Salomão.

Segundo a polícia, o grupo invadia contas de e-mail e de outros sistemas informáticos, e usava o nome das vítimas para realizar contratos, como de locação de imóvel e planos de telefonia móvel. Contas correntes, empréstimos pessoais e demais transações financeiras também eram feitas com os documentos falsos.

"Eles tinham acesso aos bancos de dados dos servidores, alteravam a senha e produziam documentos falsos. Com base nisso, eles abriam contas em bancos, transferiam o salário para esses novos bancos e faziam empréstimos;, informou o delegado.

Os dados obtidos permitiam que o grupo solicitasse a segunda via da CNH dos servidores. ;Eles recebiam a CNH, que era materialmente verdadeira, mas a fotografia era de algum deles da quadrilha. Assim, eles financiavam veículos e os revendiam a terceiros de boa fé."

Com o esquema, a organização conseguiu financiar 14 veículos e tentou fazer o financiamento de outros cinco. A polícia apreendeu nesta terça-feira (21/9) dois veículos, procurações e documentação falsa. Os sete membros da organização foram presos em Vicente Pires, Guará, Park Way, Taguatinga, Ceilândia, Santa Maria e Recanto das Emas.

;A investigação continua vamos tentar identificar outras pessoas envolvidas nessa organização criminosa e também seguir o lastro do dinheiro, onde ele foi utilizado e para o quê foi utilizado;, acrescentou Wisllei.

Os integrantes estão presos temporariamente e deverão responder por estelionato, organização criminosa, fabricação e uso de documento falso e invasão de dispositivo de informática. Todos os membros do grupo já têm passagem pela polícia.

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