Cidades

Crime da 113 Sul: Bate-boca entre acusação e defesa esvazia plenário

Troca de farpas entre os responsáveis pela acusação e defesa fez juiz esvaziar o tribunal do júri

Mariana Machado
postado em 25/09/2019 17:47
Confusão entre o assistente da acusação Pedro Calmon e o advogado da defesa Antônio Carlos Kakay interrompeu o julgamentoNo terceiro dia do julgamento de Adriana Villela, um bate-boca entre o assistente de acusação Pedro Calmon e o advogado de defesa Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, fez com que o juiz titular da Vara do Tribunal do Júri de Brasília, Paulo Rogério Giordano esvaziasse o plenário. Ela é acusada de ser a mandante do assassinato dos pais, José Guilherme Villela e Maria Villela, além de Francisca do Nascimento, empregada da família.

Durante o testemunho do delegado Ecimar Loli, que à época do crime da 113 Sul era parte da Coordenação de Crimes Contra a Vida (Corvida), Pedro Calmon se irritou com as perguntas feitas pela defesa. Ele chegou a fazer insinuações a Kakay. ;Eu sei o que você fez nos tribunais aqui de Brasília. Quer que eu fale?;.

O advogado apelou ao juiz. ;Ele está deixando de ser engraçado e se tornando inconveniente;. Na terça-feira (24/9), o titular da vara já havia advertido Calmon por outras interrupções. Na quarta (25/9), novamente houve o alerta. ;O doutor vai terminar praticando um crime no plenário.;

Como a troca de farpas continuou, o juiz decidiu pedir que todos se retirassem do plenário, não sem antes alertar. ;Se o senhor insistir, vou dissolver o conselho de sentença, vou oficiar para a OAB, o senhor vai ser responsabilizado, vai ser multado e vai ficar evidenciado quem deu causa à dissolução do conselho;, disse o magistrado.

Na prática, com o ato, o julgamento de Adriana Villela seria postergado para uma nova data, com novos jurados e representantes e tudo o que foi feito na última semana seria descartado. Calmon foi escolhido pela família de Francisca.

[SAIBAMAIS]Kakay afirmou que não quer um adiamento do julgamento. ;Estamos fazendo uma tese perfeita de defesa. Queremos que esse júri termine e por isso estou aguentando as intempéries lá dentro. É normal quando a tese começa a desmilinguir que as pessoas fiquem meio sem chão.; Ele também reforçou que Adriana não esteve no apartamento no dia do crime, ao contrário do que a acusação declara.

O procurador Maurício Miranda acusou a defesa de tentar descreditar a Corvida. ;Faz parte de técnica tentar desmerecer quem está fazendo (a acusação). Estamos acostumados. A Adriana foi mandante do crime e estava no dia, segundo as provas. As mentiras que ela vem juntando ajudam a confirmar essa afirmação;.

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