Mariana Machado
postado em 25/09/2019 20:25
O titular da Vara do Tribunal do Júri, Paulo Rogério Giordano suspendeu o julgamento de Adriana Villela sem ouvir a última testemunha de acusação prevista para esta quarta-feira (25/9). Um dos papiloscopistas que trabalhou no laudo pericial do Instituto de Identificação (II) da Polícia Civil do Distrito Federal iria explicar o documento que, segundo o Ministério Público, mostra que a acusada esteve no apartamento dos pais no dia da morte do casal Villela e da empregada da família, Francisca Nascimento Silva.
A testemunha teria levado ao tribunal documentos que não estava anexado aos autos, como slides e fotos, e por isso, a defesa pediu suspensão do júri. O pedido foi, segundo o advogado Marcelo Turbay, para que haja tempo de analisar devidamente os arquivos. ;Eu tive a oportunidade de passar os olhos, analisar superficialmente, e vi que são slides que nos interessam. É uma discussão que nós queremos fazer, temos condições técnicas de fazer;, afirmou. ;O que nós precisamos é de tempo. Ninguém pode ser surpreendido com isso no momento de uma oitiva.;
O papiloscopista deverá ser ouvido nesta quinta-feira (26/9), assim como testemunhas de defesa. De acordo com o assistente de acusação Pedro Calmon, não há provas novas, apenas interpretações técnicas do que já existia. ;As provas de que ela estava no apartamento, assistiu e comandou as execuções dá para ir na lua e voltar;, afirmou.
Entenda o caso
Adriana Villela é suspeita de ordenar o assassinato dos próprios pais, o ex-ministro José Guilherme Villela e a advogada Maria Villela, além de Francisca, que trabalhava com a família havia 30 anos. Em 28 de agosto de 2009, os três foram esfaqueados até a morte no que ficou conhecido como crime da 113 Sul.
Após 10 anos, ela encara júri popular. Desde segunda-feira (23/9), uma série de pessoas ligadas ao caso têm dado depoimento. Até o terceiro dia, sete testemunhas de acusação e uma de defesa foram ouvidas. A previsão é de que o julgamento termine na sexta-feira (27/9), mas pode ser adiado, caso haja necessidade.