Cidades

"Paciência se esgotou", disse mãe a Adriana Villela em carta

Documento foi apresentado pelo MP em julgamento. Segundo a acusação, carta demonstra que mãe e filha tinham uma relação conturbada

Walder Galvão
postado em 25/09/2019 21:05
Adriana Villela é acusada de ser mandante do assassinato dos pais e da empregada da família
No terceiro dia do julgamento de Adriana Villela, o procurador de Justiça, Maurício Miranda, leu uma carta escrita pela mãe da ré, a advogada Maria Villela, 69, em 2006. Segundo a acusação, o texto demonstra que mãe e filha tinham uma relação conturbada e trata sobre assuntos financeiros da família. ;Você não é obrigada a conviver conosco, portanto, se não pode mostrar com respeito a que temos direito, evite de nos dirigir a palavra toda hora;, diz um trecho.

A carta foi lida pelo procurador de Justiça do Ministério Público para contestar o depoimento da testemunha de defesa Rosa Masuad Marcelo. Ela foi amiga de Maria por 34 anos, e contava aos jurados sobre a relação entre Adriana e a mãe. De acordo com ela, a família Villela tinha uma boa relação.

;Estamos cansados dos seus destemperos. Se você sofre de agressividade compulsiva, procure um tratamento adequado, porque isso está lhe fazendo muito mal;, orienta Maria na carta. Em outros períodos do texto, Adriana é acusada de se meter nos assuntos financeiros da família. Ainda conforme o documento, parte das despesas do casal Villela era com a ré.

Em contrapartida, a testemunha ressaltou que brigas entre mãe e filhas são comuns e que ambas tinham boa relação. ;Adriana tinha a personalidade do pai, falava alto igual ele. Maria gostava muito dela;, frisou. Além disso, Rosa destacou que uma vez a mãe da ré tentou presenteá-la com um carro novo, porém, ela recusou.

"Há alguma coisa errada com você. Quem se dirige dessa maneira aos pais, não merece ser tido como filho", ressalta outra parte da carta. Durante o depoimento de Rosa, Adriana se emocionou e não conseguiu conter as lágrimas, principalmente quando a mulher falava sobre Maria. De acordo com a testemunha, após a morte dos pais, a ré passou a procurá-la em busca de apoio. ;Rezávamos e chorávamos juntas;, disse.

Confira a carta:

A carta que teria sido escrita pela mãe da ré, a advogada Maria Villela, 69, em 2006

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