Cidades

PCDF analisa se haverá reconstituição simulada do latrocínio de padre

O delegado Laércio Rossetto se reunirá com o Instituto de Criminalística para avaliar o que os laudos da cena do crime indicam sobre a dinâmica da ação do quarteto. A polícia também tenta identificar quem passou informações sobre a rotina do padre aos suspeitos

Sarah Peres
postado em 26/09/2019 00:18
Da esquerda para a direita: Alessandro de Anchieta; Daniel da Cruz; e Antônio Almeida
O delegado Laércio Rossetto, chefe da 2; Delegacia de Polícia (Asa Norte) irá analisar com o Instituto de Criminalística (IC) a necessidade de realizar a reconstituição simulada do latrocínio (roubo seguido de morte) do padre Kazimierz Wojno, 71 anos, mais conhecido como Casemiro. O objetivo é para entender a detalhadamente a dinâmica da ação. Os três acusados de cometerem o crime estão presos. O quarto envolvido, um adolescente, não foi encontrado.
Nesta quarta-feira (25/9), Daniel Souza da Cruz, 29, foi capturado no Novo Gama, Entorno do Distrito Federal. Ele foi detido por meio de ação conjunta entre as polícias civis do DF e de Goiás. Estão presos desde terça-feira (24) Alessandro de Anchieta Silva, 18, Antônio Willyan Almeida Santos, 32. A 2; DP não deu detalhes sobre o menor de idade, para não atrapalhar a investigação.
Na delegacia, Daniel detalhou como a ação do grupo ocorreu e confirmou que o primo dele, Antônio, foi o mentor do roubo. Ele ofereceu R$ 5 mil para cada um dos envolvidos no esquema, como esclarece o delegado Rossetto. "Antônio recebeu informações privilegiadas, pois sabia da rotina do padre e da existência do cofre. Eles escolheram o sábado por ser um dia de pouco movimento na paróquia, mas com fluxo grande de dízimos e ofertas. O objetivo deles era entrar na residência do pároco durante a missa", explica.
Alessandro (E) e Antônio (D) foram presos na terça-feira (26/9), em Valparaíso. Daniel (de preto) acabou detido na quarta-feira (25), em Novo Gama

Os homens saíram em um Opala preto, de Antônio, de Valparaíso até Santa Maria. Dali, seguiram de ônibus até a Paróquia Nossa Senhora da Saúde, localizada na 702 Norte. Eles chegaram por volta das 17h e tentaram arrombar a porta da residência. "Isso está constatado por perícia. Mas, apesar das tentativas, o grupo não conseguiu entrar. Por isso, aguardaram o fim da missa, renderam o caseiro e, depois, o padre. Eles foram mantidos, juntos, na obra ao lado de fora da casa, em pé", detalha.
Ainda segundo depoimento de Daniel para a polícia, Alessandro foi quem enrolou o arame liso no pescoço do sacerdote. Quando a vítima pediu para que não tivesse tanta violência, o homem teria se irritado. "Em um momento, o padre se desequilibrou e caiu em cima do Alessandro. Então, ele começou a apertar o arame no pescoço da vítima até que ela ficasse inconsciente. Contudo, a hipótese de que o pároco foi morto para não reconhecer o grupo continua", destaca.
Agora, os investigadores tentam chegar até a pessoa que passou detalhes sobre a rotina do padre Casemiro aos suspeitos. Eles usaram ferramentas do local para arrombar o cofre, que continha dinheiro, moedas de ouro, relógios de luxo e cheques. O quarteto levou os pertences da vítima em mochilas. Os homens fugiram de ônibus até Valparaíso.

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