postado em 28/09/2019 04:12
"Ô sol, vem aquece a minha alma (...), não esquece que eu existo e me faz ficar tranquilo". Cantados por familiares, versos da canção que marcou a vida de Anna Luísa Campos serviram de acalento para as cerca de 300 pessoas presentes no enterro da menina de 6 anos ontem no Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul.
"Tudo tem um propósito. Ela foi uma filha maravilhosa, só tenho a agradecer. Saber que nossa filha foi tão amada é muito gratificante. Ela foi encontrar a paz", destacou o pai de Anna Luísa, Péricles Alcântara.
A mãe, Fernanda Campos, muito emocionada, disse só guardar lembranças boas. ;Eu tenho orgulho de falar da Anna por tudo que ela fez por mim. O sol dela nunca vai parar de brilhar."
Anna Luísa morreu na última quinta-feira no Hospital da Criança de Brasília (HCB) depois de mais de um ano de luta contra um câncer na cabeça. Em fevereiro deste ano, ela encantou o país quando subiu ao palco em um show do gaúcho Vitor Kley para cantar, com ele, o hit O sol. A gravação viralizou nas redes sociais. O irmão da menina, Davi, também participou do vídeo.
Com amor
Sob muita comoção, familiares e amigos vestiam camisetas em que se lia um trecho da música favorita de Anninha. "Ela literalmente era luz, por isso se identificou tanto com a música O sol", elogiou o tio Luis Matheus Versiane, 27 anos.
No velório, que começou às 11h, a parte mais emocionante foi quando o pai da menina mostrou a todos a gravação feita há pouco tempo de Anna cantando O sol. Enquanto os primeiros pingos de chuva da primavera caíam do lado de fora da capela, o sol brilhava como que em uma despedida para Anna.
Os parentes lembram da garota como quem irradiava luz e fé. ;Anna era alegria de viver. Ela trouxe muitos aprendizados;, destacou o tio-avô Elio Martins de Alcântara, 63 anos. A esposa dele completou dizendo como Anna encantava todos. ;Desde pequenininha, já parecia ser uma menina muito especial. Como sou muito espiritualista, acredito que ela veio com uma missão. A gente ama muito ela;, disse Rosângela Nogueira, 53.
Para a tia Carolina Rocha Parente, 32 anos, só fica a saudade. ;Ela morreu no dia do meu aniversário. Não vejo como negativo. Sempre que for meu aniversário, vou me lembrar dela. Vou compartilhar meu dia com ela. Eu a amava muito.;
De acordo com a tia Tereza Versiane, ela era uma menina de fé. "Ela tinha essa fé. Gostava de viver. Não faltava à missa, rezava, falava de Deus. Ela nunca estava triste.;
No velório, também podia ser visto um banner com a foto de Anna e um recado de Vitor Kley. ;Ô sol, vê se não esquece e me ilumina, preciso de você aqui. Ô sol, vê se enriquece a minha melanina, só você me faz sorrir. E quando você vem, tudo fica bem mais tranquilo. Com amor, Vitor Kley;, dizia a mensagem.
"Ela morreu no dia do meu aniversário. Não vejo como negativo. Vou compartilhar meu dia com ela;
Carolina Rocha Parente, tia de Anna Luísa