Pela primeira vez em nove dias de júri, Carolina Villela, 35 anos, filha de Adriana Villela, falou à imprensa a respeito das acusações que pesam sobre mãe. A policial civil acompanha assiduamente, do início ao fim, o julgamento que começou em 23 de setembro e já dura mais de 85 horas.
Adriana é acusada de ter ordenado o assassinato dos pais, o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela e a advogada Maria Villela, além da empregada da família, Francisca Nascimento Silva. Eles receberam 73 facadas no apartamento do casal, em 28 de agosto de 2009.
Quem encontrou os corpos foi Carolina que, na segunda-feira, 31 de agosto daquele ano, preocupada com a falta de notícias dos avós, pediu a um chaveiro que abrisse o apartamento. Ela não quis comentar o momento, mas afirmou que ouvir os testemunhos não tem sido fácil. ;Às vezes é difícil falar sobre isso, é um período traumático da nossa família e graças a Deus está se fechando esse ciclo para a gente voltar a ter paz;.
Carolina disse ainda que nunca presenciou nenhum embate por dinheiro entre a mãe e os avós. ;Minha mãe sempre foi muito boa em contar todos os aspectos com detalhes, então acredito que isso esclareça muito da relação familiar que foi tão exposta e que, na verdade, era uma relação de muito amor e afeto na nossa família.; Apesar disso, o juiz Paulo Giordano, citou um depoimento dela na Coordenação de Crimes Contra a Vida (Corvida), em que ela citava os conflitos. Na oitava, Carolina disse que a avó se trancava no quarto após as discussões.
Adriana Villela afirmou que os depoimentos dados à delegada Mabel Alves, responsável por conduzir as investigações teria manipulado os interrogados. ;Eu acho que a Corvida induz as pessoas a dizerem o que eles querem.;
Apoio familiar
O irmão de Adriana, Augusto Villela, 49 anos, também defendeu a arquiteta. ;Ela está tendo a oportunidade de que as pessoas conheçam ela é saibam tudo o que aconteceu nessa investigação e nós temos certeza de que ela é inocente e ser absolvida;, ressaltou.
Ele disse ainda que em nenhum momento desconfiou da irmã. ;Um crime bárbaro como esse a gente só imagina um facínora cometendo.; Na segunda-feira (30/9), durante a exposição de peças, a defesa destacou um depoimento de Augusto à Corvida, dado em 2010 em que ele diz que nunca suspeitou de nenhum familiar.
Aos policiais, Augusto contou que a irmã nunca brigou com os pais por dinheiro. "Adriana e a mãe se amavam, mas tinham personalidades parecidas. Por isso, eram incompatíveis", disse em um trecho do depoimento. O advogado disse que a ré tinha conflitos com Maria Villela, mas reforçou que não era algo fora do que acontece "normalmente em um âmbito familiar".