Cidades

Adriana depõe durante dez horas; veredito sairá quarta-feira (2)

Fala começou pela manhã, às 9h34, e continuou pela tarde e noite, contando com depoimentos com detalhes que vão desde consulta à vidente até a intenção de escrever um livro

Alan Rios
postado em 01/10/2019 19:16

Adriana Villela em júri Defesa de álibis, momentos de dor, críticas às investigações, consulta à vidente e a intenção de escrever um livro. O depoimento de Adriana Villela contou com detalhes extensos e de diferentes contextos no julgamento desta terça-feira (1;/10). As falas começaram às 9h34, continuaram pela tarde e se estenderam até a noite com respostas aos advogados de defesa, ao juiz e aos jurados, passando de mais de 10 horas, contando com as pausas.

Entre detalhes importantes para o julgamento, como a relação dela com os pais, os possíveis álibis que descrevem o que ela fez no dia do crime e as investigações das delegacias que apuraram o crime da 113 Sul, também sobrou espaço para debates sobre o comportamento da ré e curiosidades sobre tudo o que cerca Adriana.

[SAIBAMAIS] As respostas sobre acusações de que ela seria mandante da morte dos pais se destacaram. ;Nunca tive contato com o Leonardo (porteiro condenado que chegou a dizer que o crime foi a mando dela). Só quando eu ia para a casa dos meus pais, o conhecia de vista, dava um tchauzinho e ele deixava eu entrar. Nem o nome dele eu sabia. Acho estranho que alguém interessado em matar os pais escolhesse um porteiro que não dava sinais de ser um criminoso;, se defendeu.

Também sobraram críticas à antiga Coordenação de Crimes Contra a Vida (Corvida), em especial à delegada Mabel Alves de Faria. ;Ela me prendeu injustamente, me colocou em uma cena isolada para fazer pressão psicológica e criou um teatro para me incriminar, usando a imprensa;, opinou. Mabel foi a primeira testemunha a depor no julgamento, ainda no dia 23 de setembro. Ela contou que Adriana teria dito para o pai, antes da execução: ;Eu te odeio! Vai para o inferno, seu velho;, de acordo com depoimentos colhidos pela investigação dela.

Mas a ré também descreveu detalhes sobre si mesma, como o fato de que procurou uma vidente em Curitiba para tentar descobrir quem eram os autores do crime e que, em uma das poucas brigas fortes com a mãe, pensou em se jogar da janela do quarto para afetar os pais. ;Mas isso foi quando eu tinha 14 anos;. Sobre os dias em que ficou presa, ela disse ainda que foram momentos importantes para exercícios de meditação e autoconhecimento. ;Um dia vou publicar um livro sobre os dias na cadeia;.

O julgamento retorna na próxima quarta-feira (2/10), às 9h, com um debate entre Ministério Público e defesa. O veredito deve sair entre a manhã e a tarde.

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