Cidades

MP lê laudo de Adriana: 'agressividade, frieza e com traços de vitimização'

Documento foi preparado por especialistas da Polícia Civil após ela prestar depoimentos na época do crime

Alan Rios
postado em 02/10/2019 10:33

Adriana Villela sendo julgada pelo crime da 113 SulO julgamento de Adriana Villela chega a momentos de tensão próximos do veredito final. Nesta quarta-feira (2/10), o Ministério Público abriu a 10; sessão do júri popular com argumentações contra a ré para os jurados. Um dos pontos mais fortes foi a leitura de um laudo psicológico produzido pela polícia civil que indica características negativas dela, como agressividade e frieza.

;Depoente se mostrou desafiadora, autoritária, irônica, invasiva, dissimulada, seletiva no discurso e na memória, com traços compulsivos, vitimização, dramatização, ambivalência, impulsividade, intolerância, frustração, agressividade e frieza, além de apresentar conduta manipulativa;, diz o laudo, lido pelo procurador Maurício Miranda.

O laudo ainda diz que ;Percebeu-se a falta de laços afetivos em relação à mãe;, segundo apresentado pelo MP. O promotor Marcelo Leite Borges também comentou o documento. ;O vínculo de mãe e filha era tão somente material. Uma relação de patrocinadores quanto aos seus projetos sociais. Existia um interesse financeiro e um distanciamento da afetividade;, afirmou.

Outra prova mostrada foi uma agenda de Adriana com informações de semanas antes do crime. ;No dia 16 de agosto de 2009, a própria Adriana sublinhou na agenda: ;Sentimentos intensos extremados, principalmente de ciúme e possessividade. Raivas guardadas e aparentemente esquecidas podem vir à tona;. Ela puxa uma seta para baixo, em que completa: ;Não vou ao almoço com os meus pais às 14h30;. Ou seja, a nossa melhor testemunha é a própria Adriana;, disse Maurício Miranda.

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Tortura

Também se destacaram nas argumentações da acusação falas sobre a investigação. As atuações da 1; Delegacia de Polícia (Asa Sul) e da 8; Delegacia de Polícia (SIA) foram duramente atacadas. ;Onde já se viu isso que a 8; DP fez? Chegar em um cidade, prender uma pessoa sem comunicar o juiz, colocar um cidadão em uma viatura, um cubículo, e levar para o meio do mato, citar a filha dele, pegar um depoimento que ninguém sabe o que diz, porque foi rasgado por uma delegacia cheia de corruptos. Isso é mazela. Leonardo foi torturado;, afirmou o procurador do MP.

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