Cidades

6ª DP conclui três inquéritos envolvendo Marinésio Olinto

Ele responderá pelo feminicídio de Genir Pereira, e pelo estupro de uma adolescente

Mariana Machado
postado em 04/10/2019 17:41
Marinésio Olinto
A 6; Delegacia de Polícia (Paranoá) concluiu os três inquéritos envolvendo Marinésio dos Santos Olinto, 41 anos, que ficou conhecido como maníaco de Planaltina após confessar o assassinato de duas mulheres, além de ser investigado por diversos casos de estupro. A DP do Paranoá indiciou o cozinheiro por feminicídio na morte de Genir Pereira, 47. Neste caso, ele responderá por homicídio triplamente qualificado.
Desaparecida em 2 de junho deste ano, só foi encontrada 10 dias depois. Genir foi vista pela última vez em uma parada de ônibus de Planaltina, entrando no carro de Marinésio. Ele a levou a um matagal entre Planaltina e o Paranoá, onde a estrangulou. Objetos, como o telefone celular, e R$ 750 da vítima foram roubados.
Ele também responderá pelo estupro de uma adolescente de 17 anos, em abril deste ano. Logo que desceu em um ponto de ônibus do Itapoã para seguir ao trabalho, ela foi abordada pelo agressor, que estava em um carro. Ele a teria a ameaçado com uma faca e a obrigado a entrar no veículo. O cozinheiro a levou para uma região afastada, onde a estuprou.
No terceiro caso investigado pela circunscricional, a vítima é uma copeira de 43 anos. Em setembro de 2017, ela teria sido abordada por Marinésio em uma parada de ônibus. Assim como no ataque à adolescente, ele também estava armado com uma faca, levou a vítima a uma área de mata fechada e a estuprou. Contudo, nesta situação, a delegacia não indiciou o cozinheiro. A delegada Jane Klébia Paixão explicou que, como à época do crime, a mulher deu outras características do agressor, o inquérito não pôde concluir com a denúncia.
Minutos após o ataque, a vítima esteve na 6; DP para registrar ocorrência, mas, por não se sentir acolhida, descreveu o agressor como um homem negro aos agentes responsáveis pelo retrato-falado. Apenas dois anos depois, ao ver que Marinésio já estava preso, ela teve coragem de esclarecer o que havia acontecido, explicando que estava com medo de descrevê-lo corretamente e isso colocá-la em maior risco. ;Isso para nós é completamente compreensível. Realmente a mulher fica insegura e assustada;, ponderou a delegada. ;Mas para os autos,é difícil fazermos indiciamento com essas contradições, apesar de entendermos todo o sentimento dela.;
Ainda assim, a delegada explica que isso não impede que o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) faça a denúncia e o cozinheiro responda nos três processos. ;Esse inquérito vai para a Justiça, o promotor, se quiser pode devolver para nós pedindo alguma outra diligência pontual, denunciar ou pedir o arquivamento. Então nós deixamos para a Justiça decidir no caso da senhora de 43 anos.;

Sala especial

Assim como a situação da copeira que, sem se sentir acolhida no momento de registrar ocorrência, desistiu de acusar Marinésio, outras mulheres passam pela mesma dificuldade na hora de denunciar agressores. Diante disso, a delegada-chefe da 6; DP, Jane Klébia, decidiu criar uma sala especial para o atendimento dessas vítimas.
Prevista para ser inaugurada em novembro, a sala será um espaço reservado, em que apenas agentes mulheres farão os registros. ;Estou reformando duas salas e vou criar esse ambiente especial para que elas sintam esse acolhimento;, destacou. A delegada ressalta ainda o medo da copeira, uma das possíveis vítimas de Marinésio. ;Ela chegou a reconhecê-lo duas vezes no Paranoá, uma vez no mercado e uma na faixa de pedestres.;
Com a inauguração, a delegada espera que as mulheres tenham mais tranquilidade e privacidade para narrar situações que chegam a ser constrangedoras, como estupros e outras agressões. Ela garante que as policiais encarregadas serão treinadas para o serviço.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação