postado em 06/10/2019 04:16
Como o senhor enxerga o futuro da economia do DF?
Há duas vocações em nossa economia que são claras, grandes potenciais. O primeiro são modelos de negócio que têm como base inovação. Temos mão de obra altamente qualificada e o maior número de doutores por habitante do Brasil. Temos universidades que fornecem conhecimento e são insumo para esse modelo, esse ecossistema de inovação. Existe um leque extenso de atividades, que perpassam comércio, indústria, serviços. O outro ponto de nossa matriz é a logística. Temos toda a condição de ser o grande distribuidor do Brasil por nossa posição geográfica. Essas são duas vocações importantes para alavancar o DF.
E quanto às tendências da economia criativa?
Temos um fluxo de terça a quinta, quando se concentram atividades da administração pública. Há pessoas que circulam pela cidade e podem trazer, com isso, atividade cultural. Temos consumidores com renda per capita elevada, mas você não tem estrutura. A economia criativa tem grande potencial, mas precisa ser estruturada. Caso se mantenham dependendo de subsídios, os artistas vão ter cada vez mais dificuldade de crescimento. Precisamos encontrar forma de alavancar esse segmento no DF, que tem potencial, mas precisa da infraestrutura necessária e de um novo desenho para afastar essa dependência.
Na parte de inovação e tecnologia, há um mercado ascendente na capital federal?
O novo mercado tem como base a inovação. Isso não é necessariamente TI (tecnologia da informação). A inovação é a nova forma de fazer, que pode ou não ter tecnologia envolvida. O grande ponto das pessoas que têm ganhado dinheiro não é sentar e se programar para fazer um aplicativo. O segredo é compreender um problema e encontrar solução. Nossas startups estão se especializando nisso. E estamos caminhando para um mercado sem intermediários. Um mercado onde o celular aproximou o fornecedor do comprador. A Uber aproximou quem tem carro de quem precisa. A Airbnb (empresa de aluguel por temporada) não é proprietária de nenhum imóvel. Estamos caminhando para um mundo assim, em que, com aplicativos, juntaremos quem precisa a quem tem. Os aplicativos são os meios.
Como incentivar o turismo?
Esse é um setor em potencial e transversal. Não falamos só de passagem aérea e hotel. Há um conjunto de segmentos: artesanato, mobilidade, atividades culturais. A dinâmica de Brasília tem grande influência dessa atividade, que é de grande impacto. A cidade também precisa estar ;linkada; com corredores turísticos do Centro-Oeste. Eu não enxergaria o turismo de Brasília de forma isolada. Temos de tratar de uma exposição positiva do DF que o brasiliense não conhece: a iconografia, marco da relação de Athos Bulcão com a cidade. São marcas que conseguimos vender e é preciso haver parceria com demais estados para Brasília alavancar o turismo.