Cidades

Berço para novas ideias

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 06/10/2019 04:16


Os censos da Indústria Brasileira de Jogos Digitais de 2014 e 2018 mostraram que o Distrito Federal subiu uma posição no ranking que analisa a distribuição geográfica das empresas desenvolvedoras desses produtos. Do total de 375 firmas contabilizadas no segundo levantamento, 22 tem sede no DF. A quantidade colocou a unidade federativa em sexto lugar entre as 22 consideradas. Em 2014, de um universo de 148 empresas, só sete ficavam na capital federal.

Motivado pela vontade de trabalhar na área, apesar da formação em ciências contábeis, o produtor de games Saulo Camarotti, 33 anos, resolveu iniciar um negócio com esse foco, em Brasília. A empreitada resultou na criação da Behold Studios em 2009. De lá para cá, o portfólio da firma chegou a 16 jogos, distribuídos para mais de 150 países. A equipe de 10 pessoas atua em um espaço de coworking ; sistema de trabalho em local compartilhado ;, no Lago Norte, mas o estúdio conta com filiais nos Estados Unidos e no Canadá.

A ideia de manter a sede no DF, apesar de enfrentar dificuldades pela falta de incentivos, tem a ver com a atmosfera da capital do país. ;O governo retraiu muito em relação a editais, oportunidades de negócios e parcerias. Mas aqui (Brasília) é um lugar que desponta em relação ao resto do país por ter uma ;vibe; muito moderna, jovem. Vemos inovação surgindo;, observa o produtor. ;Percebemos que o jogo está deixando de ser brinquedo e se tornando mídia cultural. Isso muda bastante a indústria;, completa.

Incubadoras

Com evidência na busca por fomento, empresas recém-criadas e em fase de desenvolvimento, as startups, despontam no mercado brasiliense com modelos de negócios variados, em especial nas áreas de educação, agropecuária e finanças. Desde 2012, quando passou a ser contabilizado pela Associação Brasileira de Startups (ABStartups), o número de firmas desse tipo subiu de 29 para 204 (aumento de 603%). Entre as 12.732 mapeadas no Brasil, o DF fica em nono lugar.

Em 2010, Cristiane Pereira, 45; Alexandre Nasiasene, 50; e Crislene Santos, 40, tornaram-se sócios. O que eles iniciaram naquele ano como um espaço de coworking se transformou, com o tempo, em uma incubadora. Por meio do Espaço Multiplicidade, no Guará, o grupo oferece serviços variados de capacitação e fomento para novos negócios. ;Nosso principal objetivo é fazer com que a empresa saia dessa incubação. A gente ajuda, sob o ponto de vista da gestão, com consultoria, mentoria e apoio, para que o projeto deslanche;, explica Cristiane.

Novidades

O local atende oito empresas, que atuam no escritório colaborativo durante uma média de oito meses. Depois, elas podem seguir direto para o mercado ou para aceleradoras ; outra etapa no modelo de apoio a novos negócios. Em Brasília, Cristiane vê esforço para a oferta de novidades tanto por parte de startups quanto de micro e pequenas empresas. ;Muita gente ainda tem aquela ideia de que jovens só pensam em concurso público, mas isso tem mudado um pouco;, diz.

A empresária lembra, ainda, que assuntos voltados ao empreendedorismo têm feito parte da formação no ensino superior. ;Demanda de mercado, inovação, tecnologia, profissões do futuro, indústria 4.0: a cidade tem recebido todos esses temas em vários eventos que saem do eixo Rio;São Paulo. Nesse contexto, faz parte da vocação da capital federal essa história ligada à indústria da tecnologia e de todo tipo de inteligência nessas áreas;, ressalta Cristiane.



Em alta

Empresas desenvolvedoras de jogos digitais

Ano Brasil DF
2014 148 7 (7; lugar)
2018 375 22 (6; lugar)

Fonte: Censo da Indústria Brasileira de Jogos Digitais

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação