Cidades

Polícia investiga denúncia de maus-tratos em creche de Ceilândia

Uma monitora supostamente agrediu uma criança enquanto professoras almoçavam

Darcianne Diogo*
postado em 21/10/2019 19:24
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A Polícia Civil investiga um caso de maus-tratos a crianças em uma creche particular conveniada à Secretaria de Educação. Câmeras de segurança do Instituto Paz e Vida, localizado no P Sul, em Ceilândia, registraram o momento em que uma monitora aperta o braço de uma criança, aponta o dedo na cara dela e, em seguida, a coloca em uma cadeira.
A suposta agressão ocorreu na tarde desta segunda-feira (21/10), por volta de 13h30. "Era um horário em que as professoras estavam no almoço. É possível ver que ela age de forma ríspida, talvez por falta de profissionalismo ou orientação;, afirma o titular da 23; Delegacia de Polícia (P Sul), Danilo Augusto, que investiga o caso. ;Visivelmente, ela se mostra impaciente e aponta o dedo na hora de falar. A expressão das crianças é de medo.;
Durante o depoimento, a acusada negou qualquer tipo de agressão, segundo o delegado. Ainda de acordo com ele, cabe a creche decidir se afastará a monitora do cargo.

Agora, a investigação será encaminhada à Justiça. Caso seja condenada, a suspeita poderá pegar até um ano de prisão. "Como é um crime de menor potencial, ela poderá pagar a pena com prestação de serviços", explicou o delegado.
A reportagem esteve na creche para falar com o diretor da unidade. Ele negou o ocorrido e esclareceu que irá se posicionar apenas após a investigação da polícia. A Secretaria de Educação informou em nota oficial que irá apurar o caso. ;A instituição é parceira, possui câmeras em todas as salas e atende 250 crianças de 0 a 3 anos. A direção da instituição colocou as imagens à disposição das autoridades competentes;, diz o texto.
A denúncia partiu de uma mulher, que preferiu não se identificar. Ao Correio, ela contou que esteve na creche na tarde de ontem, acompanhada de uma amiga, quando viu o momento em que a monitora cometeu os maus-tratos. "Minha colega estava conversando com a professora do filho dela para saber sobre o rendimento, quando vi, nas imagens, a funcionária segurando forte o braço de uma criança" conta.
Uma das funcionárias da creche, que também não quis ter o nome identificado, conversou com os pais e disse que a instituição não seguia condutas desse tipo. "Não podemos ter o controle de todos os funcionários. São muitas crianças, e é uma turma complicada de desenvolver atividades. Olhando as imagens, é possível ver que não houve agressão da maneira que estão comentando" diz.
Silvia Cardoso, 24 anos, tem um filho matriculado na creche. Ela relata que várias vezes o filho de 2 anos, chegou se queixando em casa, dizendo: "Mãe, a tia bateu". "Todos os dias, os funcionários me ligavam dizendo que o Bernardo estava doente e com diarreia. Sempre jogando a culpa nele, reclamando que ele estava com o comportamento impossível", relata.
A doméstica Miriam Santana, 30, esteve na porta da escola em busca de explicações. Segundo ela, a filha, de 3 anos, chegou em casa com um arranhão no rosto, depois de ter ido para a creche. "Ela me falou que a tia tinha batido. Vim aqui em busca das filmagens, mas a direção informou que tinha apagado. A professora disse que um aluno teria arranhado o rosto da minha filha, mas não tem como aquilo ser uma unha de criança", pontua.
Colaborou Mariana Machado
*Estagiária sob supervisão de Fernando Jordão

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