postado em 22/10/2019 04:16
Mecânicos de uma oficina do Guará 2 se surpreenderam ao chegar ao trabalho na manhã de ontem. Os empregados perceberam que o lugar estava mais iluminado do que o normal, identificando um buraco no teto. Inicialmente, pensaram que alguém havia arrombado a loja, mas encontraram o corpo de uma mulher. Rubiana Rosa, 44 anos, despencou de um prédio vizinho ao estabelecimento e atravessou o telhado. Inicialmente, o caso é tratado como feminicídio.
O corpo da vítima estava dentro de um tanque usado para lavar peças de automóveis. A suspeita dos investigadores da 4; Delegacia de Polícia (Guará) é de que Rubiana tenha caído do prédio no sábado, dia em que moradores da região informaram terem escutado um barulho alto por volta das 23h. ;Faz parte do protocolo da Polícia Civil registrar toda morte violenta de mulher dessa forma. Com o andar das investigações, podemos eliminar esse qualificador;, explicou o delegado João Maciel.
De acordo com o investigador, a mulher morava duas ruas acima do lugar onde foi encontrada morta. ;Testemunhas informaram que ela constantemente visitava um casal de amigos que morava no prédio. Eles ficavam na laje do prédio, consumindo drogas;, informou o delegado. No sábado, vizinhos escutaram uma briga entre a vítima e os colegas, próximo ao horário em que ela teria caído.
Pela dinâmica do caso, o delegado informou que ela pode ter sofrido um acidente ou cometido suicídio, entretanto, não descarta nenhuma linha de investigação. ;A forma que o corpo dela foi projetado, próximo à parede do prédio, indica que ela pode não ter sido arremessada. Porém, apenas a perícia poderá dizer o que aconteceu;, frisou. Sobre a suspeita de a vítima ter tirado a própria vida, João esclareceu que ela passava por um término de casamento recente e que sofria de depressão.
Familiares e amigos da vítima compareceram à cena do crime, entretanto, não quiseram conceder entrevistas. ;Não entendemos o que aconteceu e desconhecemos o motivo de ela estar nesse lugar. Não há o que dizer;, disse o namorado da vítima, que não quis se identificar. Rubiana deixou três filhos ; dois homens e uma mulher ; e um neto. (WG)
Encontro na Esplanada
Movimentos de mulheres se reúnem, no próximo sábado, para promover uma assembleia popular contra o feminicídio. O encontro está marcado para as 15h, no Museu Nacional, na Esplanada dos Ministérios. ;A nossa organização para barrar esses casos é fundamental. Nós, mulheres, negras, LBTs, professoras, estudantes, trabalhadoras, desempregadas, servidoras, de dia ou de noite, em casa ou na rua, não estamos seguras;, destaca o texto de convite para o evento.