Cidades

Morta em frente à filha

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 22/10/2019 04:16
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A vendedora Paolla Cristine da Silva Correia, 31 anos, vivia uma rotina de medo. Há 15 anos, ela era casada com Francisco Nascimento, 34, e sofria ameaças e agressões. Há pouco mais de um mês, decidiu fugir do companheiro com as duas filhas, de 11 e 12 anos, e saiu escondida da casa onde vivia, em Santa Maria, para alugar um imóvel em Valparaíso (GO), município goiano distante 35km da Rodoviária do Plano Piloto. Entretanto, resolveu dar mais uma chance ao marido, mas, segundo a Polícia Civil, ele a matou a tiros, na madrugada de ontem, em frente à filha mais velha.

Após o crime, Francisco tentou fugir, mas vizinhos acionaram policiais militares, que o prenderam próximo de casa. Ao Correio, Lurdes Correa, 50, tia de Paolla, contou que o suspeito consumia drogas, tornava-se violento e atacava a família. ;Ela tentou fugir e se esconder, mas ficou sabendo que ele havia sido ameaçado de morte, ficou com pena e abriu as portas de casa novamente;, lamentou.

Na madrugada de ontem, o suspeito havia usado entorpecentes e iniciado uma discussão com a mulher. ;Francisco costumava surtar quando estava alterado. Batia nela e achava que estava sendo perseguido;, relatou. Apesar do histórico de brigas e agressões, a vítima não procurou a Polícia Civil para denunciar. ;Ela tinha medo de que a situação piorasse, caso procurasse ajuda; então, decidiu abandoná-lo e se esconder;, afirmou Lurdes.

No momento do crime, a caçula estava na casa de parentes. ;A filha que viu a cena está muito abalada. O pai faria alguma coisa com ela também, mas tenho certeza de que a mãe interveio;, frisou Lurdes. A tia descreve a sobrinha como uma batalhadora, que gostava de trabalhar. ;Era muito amada pela família e querida por todos. A ficha ainda não caiu;, lamentou.

Prisão

O delegado Rafael Pareja, do Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops) de Valparaíso, prendeu Francisco em flagrante. O acusado deve responder por feminicídio e porte ilegal de arma de fogo. ;Após fugir, ele descartou o revólver em via pública, que foi encontrado, posteriormente. O suspeito estava a três ruas da casa onde aconteceu o assassinato;, disse o investigador. De acordo com o policial, ele não resistiu à prisão e confessou o crime.

Testemunhas ouvidas pela polícia também narraram histórias de violência cometidas por Francisco contra Paolla. ;Informaram-nos sobre agressões e ameaças, porém ela não chegou a registrar boletim de ocorrência;, ressaltou. O corpo da vítima será enterrado hoje no Cemitério do Gama. A cerimônia está marcada para as 9h, na Capela 1. O sepultamento será às 14h30.

Francisco costumava surtar quando estava alterado. Batia nela e achava que estava sendo perseguido. Ela tinha medo de que a situação piorasse, caso procurasse ajuda; então, decidiu abandoná-lo e se esconder;
Lurdes Correa, tia da vítima


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